Mais de 70% dos cacauicultores baianos manifestaram a intenção de renegociar suas dívidas, por intermédio do termo de adesão ao Plano de Aceleração do Desenvolvimento e Diversificação do Agronegócio da Região Cacaueira da Bahia (PAC do Cacau). Esse foi o número apresentado pelas instituições financeiras e pela Ceplac, com base no levantamento feito até o dia 30 de setembro.

O documento começou a ser entregue no inicio de agosto nas agências dos bancos do Brasil e Nordeste, além dos escritórios da Ceplac e da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA). O prazo final, que seria dia 30 de setembro, foi prorrogado para 14 de novembro.

De acordo com o representante do banco do Nordeste, Delci Andrade, a tendência é que esse número supere os 70%, tendo em vista as demandas reprimidas por conta da greve dos bancos oficiais e a prorrogação do prazo. “Muitos termos de adesão estão nos escritórios da (EBDA e da Ceplac e não foram repassados para os bancos do Brasil e do Nordeste, em virtude da greve”, afirmou.

O termo de adesão é o instrumento que o produtor tem para manifestar a vontade para a renegociar ou quitar a dívida perante as instituições financeiras, prevista na lei 11.775, sancionada 17 de setembro de 2008. Os descontos podem ter uma variação de até 80% para a quitação e para aqueles que forem renegociar o prazo máximo é de 12 anos, com carência de quatro, pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).

Compromisso

Segundo o secretário da Agricultura e coordenador do PAC, Geraldo Simões, esse número expressivo é fruto do empenho do Governo do Estado e de seus parceiros em mostrar aos produtores que o plano é uma boa alternativa para superar a crise econômica que a região cacaueira vive há mais de 20 anos.

“O PAC do Cacau foi elaborado com cuidado, desde o que se refere à negociação dos débitos dos cacauicultores até a introdução de novas tecnologias, a diversificação das culturas e recuperação da lavoura. Fizemos questão de ir aos principais pólos produtores com o Dia da Adesão Itinerante, quando tivemos a oportunidade de esclarecer todas as dúvidas dos produtores”, afirmou.

Metas

Mais que a renegociação da dívida dos cacauicultores baianos, o PAC do Cacau, tem como meta reerguer a economia local. Para isso, os governos federal e estadual estão aportando uma verba de aproximadamente R$ 2,5 bilhões para incentivar a verticalização da produção, a diversificação das culturas, a introdução de novas tecnologias e pesquisas para agregação de valor, beneficiando cerca de 35 mil produtores.

Dentro das ações da Seagri, estão previstas a contratação e capacitação de técnicos para prestar assistência rural aos agricultores familiares, o incentivo ao cultivo de dendê, para a produção de biocombustíveis, e de seringa, para ser absorvido pelas indústrias pneumáticas da região, além do apoio para a implantação de unidades de processamento do cacau.