Com capacidade para produzir, por ano, cinco milhões de mudas de qualidade e resistentes a pragas e doenças, a primeira biofábrica do mundo voltada para o bioma do semi-árido será implantada em Feira de Santana. A Bioábrica do Semi-árido vai produzir e disponibilizar mudas para os agricultores familiares, assentados da reforma agrária, quilombolas, comunidades indígenas e de fundo de pasto, além de comercializar a produção excedente como forma de garantir a auto-sustentatibilidade.

Dentre outras culturas, serão produzidas mudas de bananas, resistentes ao mal do panamá e a Sigatoka amarela e negra (para os distritos irrigados do estado), abacaxi (para repovoamento das áreas de criação de Coração de Maria, Conceição do jacuípe e ampliação do Pólo da Chapada Diamantina e Mundo Novo) e de sisal, para a região sisaleira da Bahia.

Também serão produzidas mudas de cajueiro anão, para o Território Nordeste II, umbu gigante, umbu cajá e cajá, para o Território do São Francisco, maaracujá, acerola, maçã, manga e citros, além de essências florestais, para uso como reserva energética e medicinal. A Biofrábrica produzirá também mudas de arbustos para o melhoramento de pastagens.

As plantas serão produzidas por um sistema de clonagem, que permite produzir mudas com ciclo mais curto e de melhor qualidade, protegidas contra pragas e doenças.

A implantação da biofábrica foi discutida na tarde desta sexta-feira (17) na Chácara Xavantes, da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), na estrada de São Gonçalo dos Campos, pelo secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Ildes Ferreira e pelo Superintendente da Agricultura Familiar, da Secretaria Estadual de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), Ailton Florêncio e pelo reitor da Uefs, José Carlos Barreto.

A assinatura de um Termo de Compromisso Técnico, envolvendo também a Secretaria Estadual de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir) e o Centro de Educação Tecnológica da Bahia (Ceteb), vai selar a implantação da Biofábrica. Segundo o reitor da Uefs, o empreendimento vem ao encontro dos interesses de pesquisa da instituição, sobretudo do curso de Recursos Genéticos Vegetais e do mestrado e doutorado de Botânica e Biotecnologia, devendo ainda reforçar a graduação em Ciências Agrárias. Já Ailton Florêncio informou que as mudas também servirão para a recuperação da mata ciliar e atender as demandas do Estado para apoio à Agricultura Familiar.

Conforme o secretário Ildes Ferreira, dentre outros gargalos, a implantação da Biofábrica vai, por exemplo, solucionar um grande problema dos produtores de banana de Bom Jesus da Lapa, obrigados a importar as mudas de outros estados, como Minas Gerais.

Os secretários visitaram, ainda, a fecularia da Fundação de Apoio ao Menor de Feira de Santana, que será reativada como um instrumento para revitalizar a cultura da mandioca na região. A Área que será beneficiada com a implantação da Biofábrica do Semi-árido abrange 264 pequenos e médios municípios da Bahia e abriga uma população de sete milhões de pessoas.