Aproximadamente 97% dos produtores de algodão das regiões oeste e sudoeste do estado aderiram à Portaria nº. 174/04, que regulamenta o prazo para o arranquio da soqueira – a retirada da sobra do algodoeiro que serve de alimento para o bicudo, a principal praga das plantações de algodão.

A portaria criada pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) visa determinar o período do vazio sanitário, permitindo que os produtores façam o arranquio logo após o final da colheita e evitem o aparecimento do bicudo. Essa ação faz parte do Programa Fitossanitário do Algodão.

De acordo com o diretor de Defesa Vegetal da Adab, Cássio Peixoto, a destruição da soqueira é uma prática essencial na entresafra. É a forma mais efetiva de destruição definitiva do alimento da praga. “Foi fundamental a conscientização dos produtores sobre a importância de se combater o bicudo nas plantações do algodoeiro. Ganham a cotonicultura baiana e o produtor, que poderá competir de igual para igual com os mercados nacionais”, avalia Peixoto.

A agência vem realizando campanhas de educação sanitária para orientar os produtores sobre a importância do arranquio da soqueira, consequentemente a redução dos níveis populacionais da praga do bicudo do algodoeiro, além de palestras, distribuição de materiais didáticos e inspeções em propriedades produtoras. As ações foram realizadas durante todo o ano e intensificadas no período de entressafra.

Métodos de arranquio

Existem três métodos de arranquio para que os produtores possam optar na destruição das soqueiras. O primeiro é o químico, que consiste na aplicação de herbicidas e dessecantes após a colheita. O segundo é conhecido como mecânico, tendo em vista a utilização de implementos agrícolas, a exemplo das grades, subsoladores, trituradores e roçadeiras que removem o solo ou cortam a parte aérea das plantas. Por fim, o método conjugado, que associa os dois métodos anteriores – é realizada uma roçagem no solo e, logo em seguida, uma aplicação de herbicida.

Produção

Na Bahia, a maior produção de algodão, encontra-se nas regiões oeste e sudoeste, porém, suas características são peculiares e bastante definidas.

No oeste, a produção é baseada na tecnologia mecanizada, onde alcança uma média de produtividade aproximada de 265 arrobas por hectare, atingindo o volume de 68.370 toneladas do produto por safra.

Os destaques são para os municípios de Barreiras, São Desidério, Formosa do Rio Preto, Luis Eduardo Magalhães e Riachão das Neves. Essa área equivale a 90% de todo o algodão da Bahia, ocupando 300 mil hectares.

No sudoeste, prevalece a agricultura familiar, envolvendo aproximadamente 700 famílias produtoras de algodão. A maior concentração dessa cultura na região encontra-se no Vale do Iuiú, com 42 mil hectares da planta. A Bahia é atualmente o segundo produtor nacional de algodão e contribui com 30% da produção do país.