Implantação de medidas para redução da importação de alho, organização dos agricultores familiares, estabelecimento de preço mínimo e criação de um programa de multiplicação de alho livre de vírus.

Estas foram as principais metas estabelecidas no Seminário Nacional do Cultivo de Alho em Pequenas Propriedades, promovido pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri), e que terminou nesta sexta-feira (31), no Centro de Treinamento da empresa, em Itapuã.

Com o apoio do Governo do Estado, da Embrapa Hortaliças, da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), 90 participantes, entre agricultores familiares, pesquisadores, técnicos e empresários dos principais estados produtores do país, debateram sobre as conquistas e os entraves que envolvem a cultura do alho, no Brasil e na Bahia.

O presidente da EBDA, Emerson Leal, ressaltou a relevância do alho no estado, tendo em vista a geração de emprego e renda. “A cultura do alho é intensiva em mão-de-obra e, por isso, especial para a Bahia, que detém o maior contingente de agricultores familiares do Brasil”, ressaltou.

Com clima e solos favoráveis ao desenvolvimento da cultura, a Bahia é o primeiro produtor do Nordeste brasileiro e quinto produtor nacional, com uma área plantada de 641 hectares e produção de 4,39 mil toneladas, em 2008, segundo dados do IBGE.

As principais regiões produtoras estão localizadas nos municípios de Novo Horizonte, Cristópolis, Ibicoara, Mucugê, Boninal e Jacobina.

Tecnologias

Tema das principais palestras, a tecnologia de Limpeza de Vírus do Alho, tornou-se centro das atenções em função de permitir maior produção, com qualidade, e competitividade com o produto importado, principalmente da China e da Argentina – que hoje abastecem o país -, já que o Brasil ainda não alcançou a auto-suficiência na produção de alho.

Segundo Alírio Vanderlei Xavier dos Santos, agrônomo e especialista da EBDA e um dos coordenadores do evento, a proposta do seminário foi estabelecer ações para fortalecimento da cultura.

“Esperamos o apoio governamental na implantação de ações que coloquem a pequena produção de alho em nível de competitividade, nacional e internacional. Temos tecnologia, clima e solos favoráveis, além de produtores dispostos para isso”, comentou o coordenador.

As seguintes tecnologias de produção também foram destacadas no evento – a de vernalização do alho, realizada em câmaras frias, que permite o resfriamento do alho-semente, promovendo a indução da bulbificação (formação do bulbo) do alho, e ainda a assistência técnica continuada e a melhoria do processo de comercialização.

Segundo o agrônomo Alírio Vanderlei, a conscientização dos agricultores sobre a necessidade do emprego de tecnologia, adubação e controle de pragas e doenças, de forma correta, e de irrigação tecnicamente conduzida, foram outras conclusões do encontro.