Escrito por um jovem Chopin ainda com 20 anos, o Concerto nº 2 para piano e orquestra será interpretado pela jovem pianista Giulietta Koch, de apenas 19, na apresentação da Orquestra Sinfônica da Bahia da próxima quarta-feira (15), na Sala Principal do Teatro Castro Alves, que terá regência do maestro convidado Marcelo Lehninger. O programa da noite destaca, ainda, obras de Ludwig van Beethoven (1770-1827), a Abertura Leonora nº 3, op. 72 e a Sinfonia nº 2, e os ingressos custam R$ 20 a inteira.

O programa tem início com a Abertura Leonora nº 3, escrita para a única ópera que Beethoven concluiu, “Fidélio”. A composição, com libreto de Joseph Sonnleithner e Friedrich Treitschke, foi apresentada em novembro de 1805. Como Napoleão ocupara Viena uma semana antes, a maioria dos vienenses evitava os teatros. Por isso, o auditório teve na platéia oficiais e soldados franceses que pouco compreendiam uma peça falada em alemão. Após a terceira récita, Beethoven retirou a ópera de cartaz.

O Concerto para piano nº 2 em fá menor, op. 2, teve sua estréia em Varsóvia, na Polônia, com o compositor como solista. No concerto da Orquestra Sinfônica da Bahia, a importante obra da antologia do instrumento será interpretada pela jovem pianista Giuliettta Koch, que está pela primeira vez no Brasil com o apoio do Rahn Kultur Fond de Zurique, Suíça.

Koch iniciou sua carreira profissional aos 14 anos, como solista da Rundfunk-Sinfonie Orchestra, sob a regência de Michael Sanderling, no Konzerthaus de Berlim, em 2003. Apesar da pouca idade, tem chamado a atenção do público e crítica por sua técnica e expressividade. Atualmente é aluna da Universidade de Artes, em Berlim, na classe de Klaus Hellwig.

Em 2008, Giulietta Koch recebeu por unanimidade o primeiro lugar no Concurso Rahn de Zurique, o mesmo que premiou, em 1985, o pianista baiano Ricardo Castro, atual gestor artístico da Orquestra Sinfônica da Bahia e diretor fundador do Neojibá (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia).

A Sinfonia nº 2, de Beethoven, que finaliza a apresentação, foi escrita durante o verão de 1802, em Heiligenstadt, perto de Viena. O manuscrito original se perdeu, assim como o da Sinfonia nº 1. Existem, porém, vários esboços encontrados em blocos de apontamentos do compositor.

Carioca das Américas

Diretor musical da Youth Orchestra of the Americas, uma das mais festejadas da atualidade, o carioca Marcelo Lehninger, antes de se dedicar à regência, estudou violino e piano. Obteve mestrado pelo Conductors Institute at Bard Collage, em Nova York, na classe de regência de Harold Farberman e composição com Laurence Wallach. Já atuou como maestro convidado à frente de importantes orquestras, como a Municipal de São Paulo, Sinfônica do Paraná, Amazonas Filarmônica, Sinfônica Nacional, Camerata Rio de Janeiro, entre outras.

No panorama internacional, Lehninger apresentou-se nos Estados Unidos com a National Symphony Orchestra, em Washington DC, Jacksonville Symphony Orchestra, na Flórida, Conductors Institute Orchestra, em Nova York, e na Argentina, na Orquesta Sinfônica UNCuyo, em Mendoza.