A crise econômica mundial e os investimentos no setor turístico na Bahia foram os principais assuntos abordados durante a abertura do Colóquio 1808-2008 e o Futuro das Relações Econômicas Brasil-Portugal, nesta quinta-feira (16), em um hotel em Praia do Forte, Litoral Norte da Bahia. O evento – que é uma continuação de um encontro realizado em Portugal, no último mês de abril – reúne, até esta sexta-feira (17), autoridades do Governo do Estado, empresários, jornalistas, intelectuais e diplomatas portugueses e brasileiros.

O empresário português, Ricardo Espírito Santo, disse que a crise da economia global não vai provocar fugas de investimentos portugueses da Bahia. “Nossos projetos para a Bahia e para o Brasil são todos para longo prazo e não é uma crise momentânea como esta que vai barrar os investimentos que temos feito, uma vez que já estamos no país desde 1975 e conseguimos atravessar outras crises da economia. Sabemos que o momento é delicado, que o Brasil será afetado de alguma forma com a desaceleração de alguns negócios, mas o cenário não chega a ameaçar nossos projetos”, disse.

O grupo ligado ao empresário é responsável por um resort em Praia do Forte, por empresas ligadas ao agronegócio nos municípios de Brejões e Barreiras e por empreendimentos imobiliários no Litoral Norte da Bahia.

O governador Jaques Wagner deu as boas vindas aos convidados e discursou sobre o atual cenário da economia mundial. Ele criticou o grau de especulação financeira, a virtualização da economia e defendeu que os mercados se planejem com base no dinheiro real, fruto de produção.

Mesmo alertando que o mundo vive um período de reflexões no campo financeiro, Wagner disse que está otimista, principalmente com as relações econômicas entre a Bahia e Portugal. “Já temos empreendimentos hoteleiros consolidados, outros em implantação e alguns estudos para desenvolvimentos nas áreas de petróleo e telecomunicações, o que pode nos render mais 200 anos de boas relações”, disse o governador.

Investimentos chegarão a U$ 1,2 bilhão

Dados da Secretaria Estadual do Turismo (Setur) revelam que até o ano de 2011, empresários lusitanos devem investir cerca de US$ 1,2 bilhão na construção de hotéis em 12 diferentes áreas da Bahia, que vão desde a Costa dos Coqueiros, no Litoral Norte do estado até a Costa do Descobrimento, no extremo sul baiano. Os investimentos devem gerar 8 mil empregos com carteira assinada.

A diretora de administração e finanças da Setur, Célia Bandeira, lembrou que Bahia e Portugal também estão resgatando, por meio do turismo, valores culturais que põem os dois povos lado a lado. Ela enfatizou ainda os sete vôos semanais diretos de Salvador para Lisboa e Porto, “que ajudam a manter o fluxo de visitantes nos territórios baianos e portugueses”.

Durante o evento, o embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Seixas da Costa, afirmou que a Bahia é o principal expoente do turismo do país e que “o apoio do Governo do Estado aos empresários lusitanos é como uma almofada confortável, que dá segurança e por isso, a maioria dos empreendimentos goza de boas condições para sustentabilidade”.

Seixas da Costa disse ainda que, no próximo dia 28, representantes da cúpula dos governos de Brasil e Portrugal vão discutir, em Salvador, o turismo como negócio na Bahia. Eles também vão participar de outros compromissos no estado, como o acordo ortográfico entre os países lusófonos e as comemorações dos 400 anos de nascimento do padre Antonio Vieira.

Devem participar do encontro, autoridades como o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro-ministro português José Sócrates, entre outros.

Programação

O Colóquio Brasil Portugal discutirá ainda, por meio de painéis e debates, a política externa e a diplomacia econômica, globalização e interdependências, desafios da economia global e a lusofonia. A programação está sendo transmitida ao vivo no site pela internet.

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