Dos 20 municípios da Chapada Diamantina que tiveram estado de emergência decretado, seis já estão com a situação sob controle e os outros 14 estão recebendo atenção redobrada. Em 45 dias de ação foram registrados mais de 60 focos de queimadas e 53 deles já foram apagados.

Isso foi possível graças à operação de combate aos incêndios que conta com um efetivo de 40 militares, mais de 300 brigadistas voluntários, dois helicópteros – que fazem o transporte dos equipamentos, de pessoal e auxilia no monitoramento dos pontos de queimadas – e mais dois aviões que lançam, diariamente, mais de 60 mil litros de água no fogo que castiga a região.

Para reforçar ainda mais o combate, 10 caminhonetes 4×4, equipamentos e kits de alimentação que serão distribuídos para os brigadistas voluntários, que atuam na região, estão a caminho para auxiliar as operações.

De acordo com o Tenente Coronel Carlos Miguel de Almeida Filho, comandante da operação, a extinção total dos focos depende do clima e, por isto, estratégias são montadas diariamente “Estamos trabalhando intensamente. O problema é que o clima não ajuda muito. Por ser muito quente, a mudança do vento propicia o surgimento de novos focos. Temos que nos reunir todos os dias para fazer o monitoramento da região e traçar novas estratégias”, disse o comandante.

A rotina dos bombeiros começa logo cedo. Às 4h30 da manhã eles seguem para os pontos de incêndio e começam a jornada de trabalho. Com abafadores, mochilas costais, que são uma espécie de bolsas d’água, e equipamentos para conter o fogo, eles arriscam a própria vida, como salienta o aspirante Wagner Nascimento. “Nós arriscamos nossas vidas. Começamos a trabalhar de madrugada e, às vezes, varamos a noite. É muito estressante. Mas, vale a pena”, orgulha-se o aspirante.

Quem também fica satisfeito com o trabalho que desenvolve é o voluntário Erlei Aguiar. A consciência ambiental chegou ainda na adolescência e, por isto, decidiu fazer parte do grupo de brigadistas voluntários. Desde que começaram os focos de incêndio, Erlei está há 30 dias fora de casa, acampado no mato, lutando contra o fogo. Um sacrifício que para ele é prazeroso. “Tem que ter muito amor pela natureza. È bom demais quando você vê que seu esforço não foi em vão e o foco de incêndio foi controlado. È algo inexplicável”, falou Aguiar.

Fiscalização

Os pontos mais críticos eram Andaraí, Piatã e Itaetê, mas, já tiveram o fogo debelado. O Instituto do Meio Ambiente (IMA), também faz parte da operação de combate ao incêndio. Nos pontos onde o fogo foi cessado já começou a fiscalização. Visitas já foram feitas em propriedades rurais no município de Iraquara, Palmeiras e Andaraí.

Caso o incêndio tenha sido provocado, os proprietários das terras atingidas serão autuados por crime ambiental, como explica o coordenador da unidade do IMA na Chapada, Emanuel Dultra. “Nós vamos analisar a área e checar o que causou aquela queimada. O proprietário pode ser autuado, se comprovada culpa e pode pagar multa por crime ambiental que varia de R$500 à R$ 5 mil”, concluiu Dultra. Além da multa, o proprietário da área afetada pode ser preso. A pena varia de 1 a 5 anos de reclusão.

O início do período de estiagem começou em setembro e prossegue até fevereiro. Rica em biodiversidade animal e vegetal, a região da Chapada sofre todos os anos com o avanço do fogo, devido às queimadas promovidas no local.


Telefones úteis

Disque meio ambiente 0800-71 1400
Cordec 71 3371-6691
Corpo de Bombeiros 193