Aproximadamente R$ 140 milhões serão investidos até 2011, na Bahia, para aumentar a oferta de escolas e matrículas de educação profissional pública. Os recursos serão garantidos por um acordo a ser firmado entre o Governo da Bahia e o Ministério da Educação (MEC) em novembro deste ano.

A proposta, que foi discutida em reunião, na semana passada, na Secretaria do Planejamento (Seplan), visa à implantação territorializada de 140 unidades escolares e a ampliação da oferta de vagas para 70 mil.

De acordo com o superintendente de Educação Profissional da Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC), Antonio Almerico Lima, o plano do governo baiano é ambicioso. Além da meta de ampliar o número de vagas para 70 mil até 2011, propõe-se à aquisição de mobiliário, equipamentos e laboratórios.

Os recursos do MEC são do programa Brasil Profissionalizado, que tem um aporte global para os quatro anos (2008 – 2011), de R$ 900 milhões para todo o país. “Vamos acelerar a abertura de novas vagas na Bahia, onde já saltamos de 4 mil, em 2006, para quase 15 mil, este ano”, afirma Lima.

Segundo ainda o superintendente, toda a estrutura educacional será beneficiada com a implantação do programa na Bahia, inclusive os educadores. É que os recursos do Brasil Profissionalizado também podem ser investidos na formação de professores das áreas de ciências (física, química, matemática e biologia), reduzindo a carência de professores nestas disciplinas.

Além disso, a implantação do programa na Bahia coincide com as perspectivas baianas de crescimento nas áreas de mineração, biocombustíveis e agronegócios.

Dados da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), por exemplo, indicam que a Bahia é o terceiro maior produtor de rochas ornamentais do Brasil, possuindo a mais completa diversidade de padrões cromáticos de rochas do país, e até 2010, o estado ocupará a terceira posição na produção de minério de ferro no país com mais de 25 milhões de toneladas por ano.

“Este é um segmento que traz riqueza, geração de emprego e renda e inclusão social para a Bahia”, afirma o secretário do Planejamento, Ronald Lobato.

Centros profissionalizantes

O projeto estadual contempla a criação de oito centros estaduais, sendo seis temáticos e dois generalistas, 32 centros territoriais e 100 locais.

A projeção é que as 140 unidades estejam dispersas em 104 municípios, tendo a capacidade de abrigar 2,4 mil alunos em cada centro estadual e 1,2 mil nos territoriais.

Para Lobato, o projeto concilia as motivações de ordem social e educacional com o fator econômico. “Isso se deve ao fato de que o Brasil e a Bahia estão em permanente ritmo de crescimento e já começa a dar sinais de que faltarão profissionais para este novo momento econômico. É o caso da Petrobrás, que já está importando mão-de-obra, tanto para serviços mais simples, como para tarefas de supervisão”, afirma Lobato.

Além do projeto da Bahia propor que a educação profissional seja voltada para todos os cidadãos, com o propósito de prepará-los para o mundo do trabalho, há outras concepções mais específicas – a permanente elevação de escolaridade; a criação de itinerários formativos e a de ser uma forma atrativa de incentivar o retorno de jovens e adultos à escola.

A previsão inicial é criar cursos nas áreas de Biotecnologia, Tecnologia da Informação (TI), Controle e Processos Industriais, Produtos Minerais, Agropecuária e Águas (Marítimo e Fluvial).