Com a proposta de organizar a produção nos assentamentos da reforma agrária para abastecimento de agroindústrias de cacau, café e frutas, existentes e a serem implantadas, a Secretaria da Agricultura, por meio da Superintendência da Agricultura Familiar (Seagri/Suaf), está ampliando o serviço de assistência técnica para os assentados de todo o estado.

A iniciativa se estende para a qualificação desses profissionais e o treinamento dos 23 novos técnicos (gestores sociais) do Movimento dos Sem-terra (MST), que concluíram, nesta terça-feira (28) a primeira fase dos trabalhos. As atividades de capacitação e formação de quadros foram realizadas na Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) – em Itapuã e é resultado do convênio firmado entre a Seagri e a Associação Estadual de Cooperação Agrícola (MST/Aeco), em setembro, em cumprimento ao acordo do Governo do Estado com o movimento, no ano passado.

Na oportunidade, os participantes receberam orientações para a elaboração de diagnósticos participativos, centrados em questões ambientais, sociais e produtivas e sobre técnicas para estudo de mercado. “O objetivo é ampliar a capacidade de produção dos assentamentos rurais e qualificar os produtores na gestão dessas unidades de beneficiamento, agregando valor aos produtos”, declarou o coordenador do curso, Felipe Otávio Campelo.

O assentado e técnico agropecuário, Romildo Martins da Silva, que participou da atividade e orienta 92 famílias do assentamento São Sebastião de Utinga, na região da Chapada Diamantina, avalia que o trabalho é diferenciado. “Sem dúvida alguma, é um projeto democrático. O diagnóstico participativo, por exemplo, é uma construção coletiva e, portanto, mais próxima da realidade”, considera. Ainda segundo ele, com o treinamento, vai ser possível organizar melhor a contabilidade nas organizações. A segunda fase do curso será realizada no final de janeiro de 2009.