Governo do Estado lança programa pioneiro de internação domiciliar

10 outubro 2008

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Daniel Freitas

Redação – Agecom

Quem sofre de doenças crônico-degenerativas terá mais facilidades para se tratar a partir de agora, com o lançamento oficial, nesta sexta-feira (10), do Programa Internação Domiciliar. Pioneiro em todo o país, o serviço vai possibilitar que o paciente receba tratamento em casa, desde que o seu quadro clínico permita.

A meta do programa, lançado pelo governador Jaques Wagner e pelo secretário da Saúde, Jorge Solla, em solenidade na Fundação Luis Eduardo Magalhães (Flem), é reduzir a hospitalização desnecessária, minimizar os riscos de infecção hospitalar e humanizar o atendimento.

O programa vai disponibilizar uma equipe de saúde específica para atender os pacientes em casa, de segunda à sexta, das 7 às 19h. Serão 23 equipes, com 171 profissionais ao todo, entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem – cada uma delas terá um carro à disposição.

Os profissionais vão visitar os pacientes e também treinar os familiares para cuidá-los. A solicitação para a internação domiciliar caberá às unidades de emergência da rede estadual e aos hospitais onde o serviço estiver implantado.

Inicialmente, o programa vai funcionar em dez hospitais sob gestão direta da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) em seis cidades da Bahia – Salvador, Lauro de Freitas, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Ilhéus e Jequié.

O diretor do Hospital Geral do Estado (HGE), André Luciano Andrade, comentou que o programa vai ajudar a desafogar as internações. “Certamente, haverá uma desocupação mais rápida dos leitos e um maior rodízio entre os pacientes. Sem falar que, no aconchego da família, em casa, o paciente responde melhor ao tratamento”, destacou.

Respeito e prioridade

O governador Jaques Wagner não escondeu a emoção ao falar sobre o programa. “Ele sinaliza o respeito que temos para com os pacientes que, sem plano de saúde, vão receber um médico em sua casa. E o serviço beneficia não apenas quem vai usufruir diretamente do atendimento na própria residência, mas toda a população que vai encontrar mais leitos livres nos hospitais em virtude da internação domiciliar”, afirmou.

Wagner falou também sobre a possibilidade de ampliação do programa para outros municípios baianos, uma vez constatada a eficiência do serviço.

Os pacientes com idade acima dos 60 anos vão ter prioridade. A previsão é de que 600 pessoas por mês sejam atendidas, cada uma delas com uma média de 30 dias de participação no programa. Cada equipe médica deverá prestar atendimento a 30 pacientes mensalmente.

O secretário Jorge Solla explicou que, nessa fase inicial, o programa vai contar com recursos exclusivos do Tesouro estadual – aproximadamente R$ 1,3 milhão por mês.

Ele espera, porém, que o Ministério da Saúde regulamente, em breve, o financiamento do serviço. “O Internação Domiciliar vem encarar o problema da demanda não compatível com a oferta de leitos nas unidades de saúde, possibilitando que alguns pacientes se tratem em casa e deixem a vaga nos hospitais para outros casos”, disse.

Solla falou ainda que o serviço vai ser disponibilizado ao paciente, cujo quadro clínico exija cuidados além daqueles oferecidos pela modalidade ambulatorial, mas que possa ser mantido em casa. “É um projeto pioneiro e ousado. Com certeza, teremos muito a aprender com ele, que trará grandes benefícios à população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS)”, avaliou.

Após a solenidade, o governador e o secretário conferiram os carros que vão fazer o transporte das equipes médicas até as residências dos pacientes. Os veículos, que exibem a marca do programa, estão estacionados no Centro Administrativo e prontos para o serviço.

Perfil do paciente

Portadores de doenças crônico-degenerativas agudas, de patologias que exijam cuidados paliativos, pessoas com incapacidade funcional, provisória ou permanente – exceto os casos que necessitem de ventilação mecânica, enfermagem intensiva ou uso de medicação complexa, com efeitos colaterais potencialmente graves ou de difícil administração.
Não será possível a participação no programa de quem não tiver um cuidador contínuo identificado, ou seja, alguém que tome conta do paciente no dia-a-dia.
Pacientes com mais de 60 anos terão prioridade.

Hospitais onde o programa será implantado

Salvador