Um trabalho articulado com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) mobilizou, nesta quinta-feira (9), técnicos das mais diversas áreas da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia.

Temas como saúde materno-infantil, saúde do adolescente, prevenção da violência, assistência farmacêutica e doenças sexualmente transmissíveis como sífilis e Aids encabeçaram a pauta da reunião, que é uma das atividades de continuação do acordo de cooperação técnica entre a Sesab, a Opas e a OMS, para troca de experiências e conhecimento entre os países da América Latina.

O encontro foi presidido pelo secretário Jorge Solla, que recepcionou a equipe da Sesab e o grupo formado por cinco representantes da Opas e da OMS. “É uma grande oportunidade de dar continuidade a um trabalho que já vem sendo feito, no sentido de aprimorar cada vez mais as condições da gestão na Saúde, no estado”, afirmou.

Há três meses foi assinado um acordo de cooperação técnica entre a Sesab e a Opas/OMS. “Nossa presença aqui, com Solla, é para avaliar como está o cumprimento desse acordo”, disse o colombiano Diego Victoria, que trabalha há 25 anos na Opas e há um ano e meio ano na representação da Opas e OMS no Brasil.

Durante a oficina, um plano de trabalho do termo de cooperação começou a ser elaborado e deverá ser assinado dentro de um mês, segundo Victoria, tendo como testemunha o governador Jaques Wagner.

“Quando a diretora geral da Opas, Mirta Roses Periago, visitou a Bahia, há um ano, o governador manifestou a vontade de que a organização trabalhasse na Bahia, no marco de cumprimento dos programas de governo, a exemplo da redução da mortalidade materno-infantil”, comentou.

O assessor especial de Planejamento da Sesab, Washington Abreu, apontou este e outros projetos, como o de Educação a Distância, para alcançar os trabalhadores em saúde nos municípios, e o de prevenção à violência, como resultado do trabalho que vem sendo desenvolvido nas parcerias e acordos de cooperação técnica.

“Na redução dos índices de violência, enfocamos muito os adolescentes, inclusive para a prevenção da gravidez nesta faixa de idade, promovendo um trabalho junto às famílias para que elas tenham uma proximidade maior com seus jovens. E há ações já em andamento como o projeto de Qualificação do Cuidado e Mobilização Comunitária em Diabetes, desenvolvido no Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia”, enfatizou.

Prevenção à violência

Um dos pontos mais interessantes discutidos pela Opas/OMS e Sesab diz respeito aos projetos de prevenção e controle da violência pela via dos impactos que a violência tem sobre a saúde pública.

“Tecemos cooperações para a troca de experiências internacionais, como as já praticadas nas cidades de Medellin e Bogotá, na Colômbia. Pretendemos levar técnicos daqui para lá, e trazer técnicos de lá para aqui”, informou Diego Victoria.

Um objetivo central seria o de fortalecer e ampliar o sistema de informação com observatórios de mortalidade, gênero, jovens – já tratado na Colômbia e Peru recentemente, inclusive com a participação da superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde da Sesab (Suvisa), Lorene Louise Pinto.

Assessor em Desenvolvimento Sustentável e Saúde Ambiental do Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde para as Américas, Gustavo Bergonzoli, detalhou as linhas do projeto de cooperação no desenvolvimento de formas de prevenção e redução da violência.

Segundo ele, foram trabalhadas “duas grandes áreas – na de prevenção dentro das famílias, com a atuação de Equipes de Saúde da Família, e no atendimento e atenção às vítimas de violência, que são, predominantemente, homens na faixa dos 15 aos 35 anos, com um limite muito estreito entre violência, álcool e drogas”.

Bergonzoli demonstrou a intenção de levar, a outros países da América Latina, uma experiência baiana da qual gostou muito – o Observatório de Fatos Violentos, que está sendo desenvolvido por técnicos da Sesab.

O assessor afirma que “a violência é uma epidemia em todos os países do continente americano, e este Observatório é muito importante. Vamos trazer funcionários dos Ministérios da Saúde de outros países para que o conheçam”.

Para o ano de 2009, já estão sendo programadas várias atividades enfocando a questão da violência, entre elas, quatro oficinas, uma delas na Bahia.

A primeira, sobre os mecanismos para implementação dos Observatórios de Fatos Violentos, com base na experiência baiana. A segunda, sobre a prevenção do suicídio. A terceira, de capacitação de equipes de saúde para a prevenção da violência, e a quarta, de capacitação metodológica para montar estimativas de custos dos acidentes de trânsito.

“O único estudo na América Latina neste sentido foi feito no Brasil. Vamos traduzir o documento para o inglês e o espanhol e promover oficinas internacionais”, disse Bergonzoli.