A Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde (Divep/Sesab) alerta para que as pessoas que já tenham tido dengue clássica sejam levadas imediatamente a um hospital aos primeiros sintomas da doença. O alerta foi feito nesta quarta-feira (15), no segundo dia do seminário estadual de avaliação do programa de controle da dengue na Bahia, no Hotel Vilamar, em Salvador.

Dois ou mais sintomas, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, tontura, queda da tensão arterial, pele, mãos ou pés frios, palidez, pulso rápido, agitação ou letargia, desconforto respiratório, diminuição repentina da temperatura e redução de volume da urina são indícios da forma grave da doença, que pode levar à morte.

“As pessoas esperam, em casa, que os sintomas desapareçam em sete dias. Mas quem já teve a dengue clássica pode desenvolver formas mais agudas com complicações, febre hemorrágica e síndrome de choque”, afirmou a coordenadora estadual do Programa de Controle da Dengue, Jesuína Castro.

Nessa situação, não se deve esperar para procurar assistência médica, sob risco de uma desidratação profunda. A recomendação é ingerir muito líquido, não só água como suco de frutas, soro caseiro, chá, água de coco e sopa. Deve-se evitar refrigerante e manter a amamentação.

Este ano, até a última semana de setembro, 48 municípios baianos registraram casos graves. Foram 596 casos suspeitos, sendo 194 confirmados por meio de exames laboratoriais, dos quais 12 pacientes morreram.

Reforço no combate à dengue

Promovido pela Sesab, nestas terça e quarta-feiras (13 e 14), o seminário estadual de avaliação do programa de controle da dengue na Bahia definiu como medidas de reforço no combate à dengue em 2009 a contratação, regularização e capacitação de novos agentes de combate às endemias, além da intensificação das ações de comunicação, com campanhas na mídia. Participaram da avaliação técnicos e representantes de secretarias municipais da Saúde e Diretorias Regionais de Saúde (Dires).

Na Bahia são notificados casos de dengue durante o ano inteiro, mas o aumento no número de casos da doença, que normalmente se registra durante o verão, este ano se estendeu até o mês de junho. Por este motivo, a intensificação das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, com início previsto para este mês, se prolongarão até junho do próximo ano.

A Divep também voltou a alertar a população para a importância de serem mantidos continuamente os cuidados para eliminação de possíveis criadouros do mosquito transmissor da doença, especialmente durante o verão, quando a reprodução do inseto ocorre de forma mais expressiva, e lembra que a maioria dos focos do mosquito está nos domicílios.

O secretário Jorge Solla ressaltou a importância do comprometimento dos gestores municipais no combate à dengue, realizando um trabalho de parceria com a Sesab. “O Estado tem o papel de execução das ações de apoio, supervisão, cooperação, utilização racional do carro fumacê, retaguarda laboratorial. O Ministério da Saúde entra com apoio financeiro, técnico, de orientação e repasse de tecnologia, mas cada município é responsável direto pela preparação da rede municipal para combate ao mosquito”, afirmou.