Com a prisão do estudante universitário Paulo Tiago Oliveira de Magalhães, 26 anos, residente no bairro do Cabula, realizada por agentes do Departamento de Crimes Contra a Vida (DCCV), a polícia poderá chegar a uma grande rede de pedofilia pela internet com ramificação em vários estados do país, principalmente Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Ceará e Espírito Santo.

Na casa do acusado, que está com prisão preventiva decretada pela juíza da 1ª Vara Especializada da Infância e da Juventude, Rita de Cássia Nunes, foi apreendido farto material pornográfico envolvendo menores de 13 a 17 anos, além de um notebook, uma máquina fotográfica e ursinhos de pelúcia.

As investigações desenvolvidas pelo DCCV, a partir de uma denúncia feita pelo Grupo Anti-Pedofilia da Bahia (GAP), indicam que, usando perfis diferentes, o estudante do curso de ciências da computação de uma faculdade privada mantinha contatos com crianças e adolescentes através do Orkut e do MSN, chegando inclusive a ameaçar uma das vítimas para que enviasse fotografias despida ou em trajes íntimos.

Material apreendido pela polícia revela que Paulo Tiago iniciava o bate-papo apresentando-se como o ‘menino de Salvador’. Em seguida, usando uma linguagem erótica, sugeria a troca de fotos.

De acordo com a delegada Isabel Alice de Pinho, diretora do DCCV, Paulo Tiago vinha agindo há mais de quatro anos. “As investigações não se encerram por aqui. Ele faz parte de uma rede de pedofilia com atuação em vários estados”, disse a delegada, acrescentando que nos autos do inquérito, presidido pela delegada Cristiane Costa Azevedo, existem indícios de autoria e prova material do delito. O material apreendido em poder de Paulo Tiago será submetido a exames periciais no Departamento de Polícia Técnica (DPT).

O acusado foi indiciado nos artigos 15, 17 e 18 do Estatuto da Criança e Adolescente. Durante o interrogatório, Paulo Tiago admitiu que acessava o seu computador para bate-papo pornográfico com meninas, mesmo sabendo que algumas delas eram crianças. A polícia apurou ainda que, sem saber de quem se tratava, o pedófilo chegou a bater papo erótico com o pai de uma das vítimas, moradora de Camaçari, no mesmo dia em que policiais do DCCV estiveram na casa da garota.