O curso de qualificação social e profissional de trabalhadoras domésticas teve início na segunda-feira (27), atendendo um total de 242 mulheres: 110 em Salvador (cinco turmas), uma turma de 22 alunas nos municípios de Lauro de Freitas, Santo Amaro, Cachoeira e Pojuca, e 44 em Camaçari (duas turmas).

Inédito no estado, o curso é parte do Plano Territorial de Qualificação Profissional – 2008 (Planteq), que na Bahia é coordenado pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego e recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhor (FAT).

Inteiramente gratuito, o curso tem carga horária de 200 horas e vai bordar temas como ética, cidadania e empreendedorismo; formação política e sindical; culinária; cuidador de pessoas; cuidado de roupas e acessórios; segurança e saúde no trabalho; direitos trabalhistas; economia doméstica; organização e gestão de estoque; cozinha básica, regional e étnica, dentre outros. O encerramento dos trabalhos está previsto para o dia 20 de dezembro, com a entrega de certificados.

“O curso é parte da campanha de valorização do trabalho doméstico que a Setre realiza desde o início do ano e que é um dos eixos prioritários da Agenda Bahia do Trabalho Decente”, informa a superintendente de Desenvolvimento do Trabalho, Maria Thereza Andrade. Segundo afirma, as trabalhadoras domésticas, que já estão inscritas na rede SineBahia, depois que concluir o curso, terão o apoio do serviço na busca de um posto de trabalho.

Valorização

Marizete Bomfim dos Santos, 37 anos, que trabalha como empregada doméstica desde os 14 anos de idade, elogiou as temas abordados nos dois primeiros dias de aula. “Nessas primeiras aulas, nos foi passado quanto o nosso trabalho é essencial e que devemos nos valorizar e ter orgulho da nossa profissão, além de ser uma oportunidade para ampliar nosso conhecimento”, disse Marizete.

De acordo com Maria Damásia da Conceição, 55 anos, o curso é uma oportunidade de aprender e aprimorar alguns pontos na realização do seu trabalho. “Tenho dificuldade na arrumação de roupas e objetos, espero aprender e melhorar com as aulas práticas”, conta Maria Damásia, que trabalha como empregada doméstica desde os 17 anos.

Durante as aulas práticas, que acontecerão aos sábados, as alunas farão visitas a supermercados, onde receberão dicas de como escolher o melhor alimento e de como economizar na hora das compras. Consta também da programação visita a lojas de eletrodomésticos, para que tenham contato com novas tecnologias de equipamentos domésticos. “Faremos também visitas a creches e asilos, quando as alunas colocarão em prática os conhecimentos adquiridos no módulo Cuidado com Pessoas”, informou Ilce Liger, coordenadora do Iamca, entidade executora do curso.

“Paralelo ao curso e à formação das trabalhadoras, incentivaremos o empregador a efetuar o registro em carteira, diminuindo a taxa de informalidade dessa categoria”, informa a superintendente Maria Thereza. De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2005, na Bahia, 93% dos trabalhadores domésticos são mulheres e na Região Metropolitana de Salvador apenas 30% possui carteira de trabalho assinada.