Com foco nos aspectos ambientais, tecnológicos, agroindustriais e na verticalização do processo produtivo, aproximadamente quatro mil agricultores familiares já foram capacitados por meio do serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri).

O programa intensivo de formação ainda prevê até o final do ano, capacitar mais dois mil agricultores em diversas regiões do estado. As capacitações acontecem nos dez Centros de Formação de Produtores da empresa que, juntos, possuem um total de 138 instrutores com conhecimento nas áreas de Metodologias de Ensino para Adultos, Pedagogia Contextualizada – um novo modelo de atendimento socioeducativo, e Pedagogia da Alternância – que trabalha com uma forma diferenciada de aprendizagem, pois vincula o ensino à realidade social dos produtores.

“O uso dessa metodologia nos permite uma orientação didático-pedagógica baseada no princípio: aprender fazendo e entendendo”, assegura o presidente da EBDA, Emerson Leal, que ainda chama a atenção para as mudanças na metodologia. “Os centros deixam de ser temáticos e passam a desenvolver todo o processo de formação em função das demandas dos agricultores familiares, em cada região”.

O coordenador da área de formação da empresa, Cícero Magalhães, assegurou que o novo enfoque é trabalhar a partir das demandas identificadas junto aos agricultores familiares, que são o público-alvo da empresa.

“O trabalho dos centros é voltado para os agricultores e suas famílias, com o propósito de aumentar a renda, a inclusão social, a produção/produtividade, utilizando tecnologias analisadas e discutidas com eles, além da verticalização da produção, por meio da agroindustrialização”, explica Magalhães.

Destaques

Dentre os 10 centros que atendem aos agricultores familiares, em todo o estado, alguns se destacaram pelo trabalho desenvolvido durante o ano. O Centrevale, no Vale do Iuiú, o Centrefrute (Centro de Formação de Fruticultores), em Conceição do Almeida, e o Centrefertil, que é o Centro de Formação de Irecê, obtiveram bons resultados.

Esses três centros foram responsáveis pela oferta de 120 cursos e formação de mais de dois mil agricultores, do total capacitado. Sandra Amim, engenheira agrônoma do Centrefértil, informa que, dentro dos cursos oferecidos, os que tiveram maior destaque foram os de Agroecologia, Derivados do Leite, Apicultura e Homeopatia Animal por se tratar de tecnologias novas para o tipo de produção da região.

Outro curso destacado pela técnica foi o de Pintura em Tecido, com participação quase que exclusiva de mulheres. “Este curso atendeu a uma demanda da comunidade residente próxima ao centro e as aulas aconteceram à noite, o que facilitou a participação dos alunos”, diz a agrônoma.

Unidade didática

O Centrepec, em Feira de Santana, implantou uma Unidade Didática, contendo inúmeras tecnologias dentro do novo enfoque de convivência com o semi-árido. “Um grande esforço, sob a coordenação do Veterinário Heitor Filho, está sendo feito naquela unidade com o objetivo de preparar os agricultores familiares dessa região”, comenta Cícero Magalhães.

Os centros estão em processo de reestruturação. A perspectiva é deixar de trabalhar com a oferta de cursos temáticos, passando a desenvolver atividades em cima das demandas identificadas e com o envolvimento dos produtores familiares, em nível dos municípios e territórios.

Como suporte ao trabalho são instaladas Unidades Didáticas, com infra-estrutura adequada, para a realização de segmentos práticos nos centros e nas propriedades rurais.