Quarenta espécies nativas de pastos apícolas foram identificadas no semi-árido baiano. O trabalho realizado pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) na Estação Experimental de Rio Seco, que funciona no município de Amélia Rodrigues, a 84 quilômetros de Salvador, vai possibilitar a multiplicação dessas plantas para o à recomposição da flora apícola regional, principalmente para atender aos agricultores familiares que exploram essa atividade como mais uma alternativa de renda.

A iniciativa para o levantamento surgiu da necessidade de melhorar a qualidade e a produtividade da apicultura voltada para os pequenos produtores. “A identificação das plantas vai permitir que se tenha um calendário apícola, a ser elaborado pelos agricultores. Essa ação vai favorecer a produção”, comentou o chefe do Centro de Profissionalização de Apicultores e Floricultores (Centreapis), na Estação Rio Seco, Edmilson Bezerra.

Segundo ele, com o desmatamento constante, as vegetações rasteiras e de médio porte, onde se encontra a maioria das plantas melíferas, são retiradas, tendo como conseqüência a redução do pasto apícola. “Cada região possui uma diversidade de plantas, tanto das que produzem néctar como das que produzem pólen, importantes para a alimentação das abelhas”, explicou.

Os técnicos do Centreapis estão desenvolvendo um trabalho de orientação e conscientização dos agricultores para conservar as plantas melíferas existentes e promover o replantio das principais espécies nativas de cada região.

Resultados

Hoje, a empresa conta com uma coleção de 40 plantas nativas importantes para a formação de pasto apícola, como aroeira-do-sertão, umbuzeiro, juazeiro, angico, quipé (também conhecida como rama-de-bezerro), umburana-de-cheiro, dentre outras plantas existentes no semi-árido.

Juntamente com os agricultores familiares, essas espécies foram observadas pelos técnicos nas diversas regiões do estado e foi feita a colheita das sementes para formação de mudas e multiplicação das espécies nas principais unidades de produção familiar.

Essa multiplicação está rendendo frutos em diversas regiões, onde os trabalhos já foram realizados, a exemplo dos municípios de Santa Bárbara, Nova Fátima, Antônio Cardoso, Santo Estêvão e de outros da região de Feira de Santana.

Reuniões

Nessas localidades, a empresa vem incentivando por meio de reuniões com agricultores a preservação, a formação de viveiros para a produção de mudas e o replantio das espécies apícolas da região.

“Com essa iniciativa, esperamos que haja o resgate e a valorização dessas plantas, excepcionalmente melíferas e tão importantes para a preservação do ecossistema e dos pastos apícolas, principais suportes para o desenvolvimento de uma apicultura racional e produtiva”, disse o especialista em apicultura e agrônomo da EBDA, Edivaldo Pacheco.