Os 100 anos de nascimento do compositor Cartola, completados em 11 de outubro, serão lembrados pelo músico e produtor cultural Roberval Santos no próximo Bate-papo musicado, nesta sexta-feira (7), às 14h, na Casa da Música, em Itapuã, com entrada franca.

Histórias sobre a vida e obra do ilustre sambista serão intercaladas por canções e reflexões do público de moradores, estudantes e artistas freqüentadores do espaço cultural da Fundação Cultural do Estado (Funceb), que vem contribuindo para a dinamização das atividades culturais no bairro.

Nascido no Catete, Rio de Janeiro, Angenor de Oliveira (Cartola) foi viver no morro da Mangueira aos 11 anos, onde ajudou a fundar, em 1928, uma das maiores escolas de samba do Rio, a Estação Primeira de Mangueira.

Episódios dessa história e, principalmente, canções imortais, como As Rosas Não Falam e O Mundo é um Moinho, serão apresentados por Roberval Santos, roteirista, arranjador e diretor do show Cartola e Noel, criado em 2004.

No Mês da Consciência Negra e da Música, a programação do espaço também destaca, no dia 21, as lutas do povo negro na Bahia, por meio do Retrato Sonoro dos Malês, apresentando a produção musical do bloco afro Malê Debalê, um dos mais antigos de Salvador.

O projeto acontece todas as sextas-feiras, com uma temática definida previamente ou escolhida de forma espontânea pelos participantes, segundo seus interesses e perfis. Este mês, as edições livres acontecem nos dias 14 e 28, sendo conduzidas pelo músico Amadeu Alves, coordenador da Casa da Música.

Retrato Sonoro

Por inspiração do cantor, compositor e instrumentista baiano Gereba, desde o mês passado, estão acontecendo Bate-papos numa perspectiva de cunho mais histórico.

Isto aconteceu com Canudos e, agora, propõe um resgate dos “Malês”, por meio da trajetória musical e social do bloco afro Malê Debalê. O Retrato Sonoro dos Malês contará com a participação de Gereba e do Presidente do Male, Josélio Araújo.

Inspirado na luta dos negros no Brasil, especialmente dos povos africanos de religião muçulmana – “Malês”, o bloco afro foi fundado em 1979. Além da sua participação no carnaval de Salvador, a organização também realiza atividades culturais e educativas gratuitas na sua comunidade, o bairro de Itapuã.

Em dezembro, o Bate-papo Musicado apresentará o Retrato Sonoro do Baião, construindo uma linha do tempo da cultura nordestina, a partir da obra de Luís Gonzaga.

Perfil do produtor

Cantor, instrumentista e compositor, Roberval Santos começou a tocar violão aos 10 anos e estudar teoria e prática desse instrumento, aos 16, na Escola Josmar Assis.

Na década de 80, apresentou-se ao lado de André Becker, flautista da Orquestra Sinfônica da Bahia, tocando música instrumental brasileira e dos bandolinistas Zé Mario, Fred Menendez e Ricardo Marques descobrindo o universo do choro.
Integrou a Banda Voou, grupo de influência popular, que acompanhou os sambistas Batatinha, Edil Pacheco e Ederaldo Gentil.

Nessa mesma época, tocou para Elza Soares em temporada na capital baiana. Com Ederaldo Gentil, continuou o trabalho fazendo várias apresentações pelo Estado.

Na década de 90, tocou com várias vozes femininas, a exemplo de Maria Sparis, Noemi Bastos, Lia Chaves, Mônica Trocoli e Márcia Castro.

Em 1997, durante as comemorações dos 100 Anos da Guerra de Canudos, conviveu com Gereba, Dinho Oliveira, Zé Costa, Fábio Paes e Wilson Aragão.

Sua relação com o samba ampliou-se em 2004, quando escreveu o roteiro, os arranjos e fez a direção musical do show Cartola e Noel. Nos anos seguintes, acompanhou sambistas como Mariene de Castro e Riachão.