Por meio da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), unidade da Secretaria de Cultura, desde 2007, o governo baiano fortalece a manutenção e difusão da cultura negra em todo o estado. No ano passado, a fundação promoveu 27 projetos de resgate e apoio à cultura negra, que receberam ao todo investimentos de R$ 412,5 mil. Entre as iniciativas, estão ações ligadas a manifestações tradicionais da cultura africana e atividades relacionadas a modos contemporâneos de expressão da cultura negra.

O Edital Cultura Popular, lançado em 2007 pela Funceb, foi um modelo de ação desenvolvido pela instituição, que auxiliou projetos com atividades ligadas a manifestações tradicionais da cultura africana.

Na área de música, os grupos Congos e Reinado, Dança de São Gonçalo de Pitanga de Palmares, Santa Mazorra, Samba-de-roda Suerdieck, Samba-de-roda Pisadinha do Pé Firme, Boi-samba-burrinha, Cativeiro de Capoeira e Samba-de-roda de Mestre Avelino – Segura Véia, contemplados pelo edital, receberam, cada um, R$ 6 mil para a manutenção das suas atividades.

Como exemplos de iniciativas viabilizadas pela fundação com o objetivo de difundir modos contemporâneos de expressão da cultura negra, destaque para o show do rapper Bnegão, realizado em novembro de 2007, apresentações do grupo de hip-hop Multirão Mete Mão e dos grupos de rap Império Negro 1º (Edital Produção de Conteúdo Digital de Música/2007), Oquadro (Edital Segundas Musicais/2008) e Reação Sankofa (Edital Produção de Conteúdo Digital de Música/2008).

No teatro, na dança e nas artes visuais, além de projetos transversais (com várias linguagens artísticas), compõem a lista outras iniciativas viabilizadas pela Funceb para valorizar a cultura negra.

A instituição promoveu, por exemplo, um módulo de circulação do 1º Festival de Teatro Lusófono, que trouxe para Salvador os grupos africanos Teatro Fórum de Moura, de Moçambique, e Grupo Teatro Pesquisa – Serpente, de Angola. Essas companhias fizeram, entre os dias 1º e 4 de setembro, três espetáculos e duas oficinas, através dos quais um público total de 305 pessoas pôde entrar em contato com estilos e técnicas do teatro africano.

Calendário de Apoio

A fundação apoiou também o projeto Dança Afro, valorizando a cultura brasileira através do Calendário de Apoio, e promoveu uma apresentação do espetáculo Vozes d’África pelo projeto Quarta que Dança.
O recurso do Calendário de Apoio permitiu ao grupo Dança Afro Filhos da Terra dar continuidade ao seu trabalho, que envolve, além de apresentações, a realização de palestras e oficinas de dança e cultura negras para crianças e adolescentes do Território de Identidade do Baixo Sul.

Já a apresentação do espetáculo Vozes d’África representou, por meio de uma coreografia marcada por estilos africanos, a história dos negros capturados e transportados da África para o Brasil. O evento aconteceu na Sala Principal do Teatro Castro Alves e contou com um público de 197 pessoas.

E mais: as exposições Pierre Verger, Alagados, Carnaval do Povo e Mulheres Negras: Religiosidade e Resistência na Bahia foram também promovidas pela Funceb.