O casario secular que sedia a Casa do Benin, no Pelourinho, recebeu esta semana representantes de 80 terreiros de Salvador e remanescentes de quilombos. O encontro foi realizado pelo Estado, com o objetivo de manter o diálogo com esses segmentos e divulgar o Programa de Desenvolvimento Social Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia.

Elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), o programa é uma iniciativa inédita de enfrentamento dos indicadores sociais que colocam a Bahia em posições preocupantes no cenário nacional, no que se refere à qualidade de vida desses povos e comunidades. Através dele, serão desenvolvidas ações voltadas à assistência social, segurança alimentar, inclusão produtiva e afirmação étnica e cultural.

A coordenadora do programa, Ana Placidino, explicou que a intenção é proporcionar o fortalecimento institucional das comunidades beneficiadas, como forma de fazer a reparação pelo processo histórico de exclusão social. “O Estado vai avançar muito no atendimento a essas populações. O desafio é fazer com que esses povos se sintam protagonistas e contemplados pelas ações”, disse.

“O difícil acesso às políticas públicas ainda é uma realidade. Por isso estamos ansiosos para ver esse programa acontecer e melhorar a vida do nosso povo”, afirmou Vilma Nascimento, da Associação de Quilombos Urbanos do Engenho Velho de Brotas, em Salvador.

O encontro também foi uma oportunidade de confraternização dos povos de terreiro de candomblé, que lotaram o espaço, discutindo questões relativas à religião. A programação do evento foi recheada com cânticos e danças para reverenciar os orixás.

O Programa de Desenvolvimento Social Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia será lançado em 17 de dezembro, às 15h, no Espaço Senzala do Barro Preto, no Curuzu, em Salvador.