Bossa Nova, Tropicalismo e Jovem Guarda foram os movimentos musicais rememorados numa apresentação teatral realizada, nesta quinta-feira (27), pelos alunos do 3º ano do Colégio Estadual Landulfo Alves.

Devidamente caracterizados e com violões em punho, os estudantes encenaram a releitura de músicas que marcaram época no Brasil nas décadas de 50 e 60.

Fazer com que os alunos compreendam estes movimentos e o contexto em que se desenvolveram foi o objetivo dos professores de História, Português, Inglês e até de Matemática.

Durante dois meses, eles abordaram de maneira interdisciplinar, os movimentos musicais ocorridos no período da ditadura militar, frente à censura estabelecida nas manifestações culturais.

No Landulfo Alves, o resultado pôde ser conferido em um salão da escola decorado e preparado pelos alunos que, ao final, foi transformado em um grande baile, no estilo dos antigos carnavais.

Orgulhosa, a professora de Português, Sílvia Cerqueira, se surpreendeu com o envolvimento dos alunos no projeto, que aliaram passado ao futuro e usaram a tecnologia. “Eles utilizaram a internet para pesquisar e conhecer os antigos festivais, e isso foi muito interessante”, acentuou Cerqueira.

Desempenho

Para a professora de História, Ivanice Ramos, o trabalho valeu a pena. “Os alunos ficaram envolvidos no processo e durante os trabalhos sobre a ditadura puderam entender como funcionava a comunicação e a expressão dos artistas que, na época, sofriam restrições na publicação de textos e músicas”.

A estudante Núbia Carmo, 18, confessa que aprendeu muito com o projeto. “Conheci um pouco mais do que viveu o Brasil na ditadura e pude imaginar como era ruim produzir um texto que não poderia ser falado e uma música que não poderia ser cantada”, lamentou Carmo.

A colega Camila Chaves, que apresentou o Tropicalismo, disse estar envolvida com o contexto histórico do movimento. “Afinal, é o nosso passado que, de alguma forma, influencia o nosso futuro”.

A atividade faz parte do projeto LeiturAção, desenvolvido pela Secretaria Estadual da Educação (SEC), por meio do Instituto Anísio Teixeira, em parceria com a Fundação Pedro Calmon, que busca despertar o interesse pela leitura.

Este ano, o projeto piloto está presente em dez escolas. No entanto, a proposta da secretaria é de ampliar este número para 100, no próximo ano letivo.