Os professores da rede estadual de ensino contam agora com um programa de atenção à saúde e valorização, lançado, nesta sexta-feira (21), pelo secretário estadual da Educação, Adeum Sauer.

Focado em quatro eixos – assistência, reabilitação, prevenção e promoção à saúde -, o Programa de Atenção à Saúde e Valorização do Professor contará com um comitê para acompanhar e reforçar as ações desenvolvidas no setor.

A proposta é que, por meio dessa iniciativa, a SEC possa atuar de forma expressiva na prevenção e também na detecção do problema ainda na fase inicial, possibilitando a redução dos impactos que ele pode causar na vida do profissional.

Sauer expressou a expectativa de que a Educação consiga dar um passo grande e firme na sua política de valorização dos servidores e, com isso, melhorar também os resultados na educação. “A política da secretaria coloca, em primeiro lugar, a valorização do servidor, e ao instituir este programa, estamos reafirmando este compromisso de governo”, enfatizou.

Assim como ocorre em todo o país, na Bahia os professores também são alvos de problemas ocupacionais provocados por esforços repetitivos e também pelo uso demasiado da fala, umas das principais ferramentas de trabalho.
O programa pretende promover uma política de prevenção para transformar esta realidade. “Há muitos atestados, há problemas reais e nós podemos intervir”, explicou Sauer.

Parcerias ampliam benefício

O secretário estadual da Saúde, Jorge Solla, presente à solenidade, considerou que a parceria entre as duas pastas será muito importante, porque poderá ser desenvolvidas ações voltadas para a prevenção e saúde do professor, contribuindo para melhorar a qualidade de vida dos profissionais da educação.

Isso se dará, segundo ele, por meio de uma maior parceria da SEC com o Centro de Saúde do Trabalhador (Cesat), um dos braços da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). Além de ser voltado para a detecção de doenças ocupacionais, o centro também possui um ambulatório onde oferece assistência para as questões menos complexas.

À frente do programa, o superintendente de Recursos Humanos da Educação, José Carlos Sodré, informou que a SEC vem tentando, junto ao Planserv, ampliar a capacidade de atendimento e também falou da ampliação da Junta Médica do Estado, que deixará de ser concentrada na capital com a criação de seis novas juntas. Porém, mais do que cuidar da assistência, ele defendeu que é preciso atuar de forma incisiva na prevenção, “um trabalho que nunca foi feito na Bahia”.

O presidente da APLB-Sindicato, Rui Oliveira, também considerou extremamente positiva a medida o Estado incorporar as propostas do movimento sindical.

“Na formação acadêmica não recebemos orientação acerca da saúde do trabalhador. Portanto, é extremamente sábio investir nisso. É melhor para o governo, para o professor e para a própria educação investir em prevenção para evitar que o professor fique doente”, considerou o sindicalista.

Professor da Universidade de Brasília e autor do livro “Educação: carinho e trabalho”, Wanderley Codó afirmou que, qualquer iniciativa que envolva a prevenção à saúde, é sempre importante para o professor, considerada uma categoria de risco.