As famílias das vítimas do acidente da Fonte Nova, ocorrido há um ano, além dos sobreviventes da tragédia, estão recebendo assistência social e psicológica de equipes do Governo do Estado, por meio da Superintendência de Desportos do Estado da Bahia (Sudesb).

Um dos que conta com o apoio do serviço social do órgão – desde os primeiros dias após o acidente – é o vigilante Elias dos Santos, pai da comerciária Midiã Santos. A jovem é uma das sete vítimas fatais da tragédia.

Ele, a esposa e a neta Karen, filha de Midiã, recebem com freqüência a visita da assistente social da Sudesb, Ilka Cristina Oliveira, que ao longo dos últimos 12 meses se tornou uma figura muito próxima da família. “Nos a conhecemos logo após o acidente e hoje posso dizer que temos uma grande amizade”, conta o vigilante.

A família da comerciaria – que tinha 24 anos – também deve receber uma pensão mensal no valor de R$ 500 pelos próximos 46 anos. O cálculo do tempo é feito com base na expectativa de vida da mulher brasileira. Já o valor corresponde ao salário recebido pela comerciaria.

Ilka Oliveira conta que, além dos parentes de Midiã, faz o acompanhamento das famílias de outras vítimas. Desde o acidente, no dia 25 de novembro do ano passado, a rotina da assistente social se resume a assessoria e atendimento das demandas de todas as famílias.

Segundo ela, a Sudesb atua desde o pagamento das despesas de funeral, até o acompanhamento, principalmente com visitas domiciliares e encaminhamentos. dos parentes das pessoas que morreram, assim como daqueles que sobreviveram e tiveram algumas seqüelas.

Ainda hoje, as famílias das vítimas fatais e os sobreviventes continuam recebendo a visita regular de assistentes sociais e psicólogos. Outras três famílias continuam recebendo vales-compra mensais, enquanto cinco famílias já receberam o seguro obrigatório. Um sobrevivente está empregado por intervenção do governo, outros indicaram familiares para empregos.

Com relação à pensão que será paga pelo Estado aos dependentes das vítimas, o secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Nilton Vasconcelos explica que duas pessoas já estão com acesso ao benefício, três processos estão em fase de conclusão para definição do beneficiário e outros dois estão em fase preliminar na Justiça.

Para apurar as responsabilidades no acidente, o Governo do Estado instalou uma comissão de sindicância, mesmo sem que nenhum laudo feito por empresas de engenharia antes do acidente apontasse que o anel superior do estádio corria risco de desabamento. Os documentos indicavam apenas correções, mas nada que comprometesse a segurança dos torcedores.