Mais de 300 jovens, com idades entre 16 e 24 anos, receberam, nesta terça-feira (4), os certificados dos cursos realizados pelo Centro de Educação Desportiva e Profissionalizante (Cedep), em Novos Alagados, no subúrbio ferroviário de Salvador.

Dos 316 jovens formados, 118 foram preparados para serem multiplicadores do esporte e 198 concluíram o curso de construção civil. O primeiro, com carga horária de 248 horas, e o segundo, com 1.040 horas, distribuídas em 10 meses de aulas práticas e teóricas para a formação de carpinteiro, pedreiro, eletricista, encanador e pintor. Além disso, os adolescentes assistiram a aulas de informática e reforço escolar de matérias da grade do ensino regular.

Os cursos são oferecidos pelos projetos ‘Educar para Construir’ e ‘Formação pelo Esporte’ e integram o Programa Jovens Baianos, uma iniciativa realizada em parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), O Cedep, a ONG Cooperação para o Desenvolvimento e Morada Humana (CDM), iniciativa privada, por meio do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon/Ba).

“Esse trabalho em parceria faz com que possamos fechar um ciclo, pois nós temos os recursos do governo para oferecer o aprendizado, a participação da sociedade e a oportunidade de trabalho oferecida pelas empresas”, disse o presidente da CDM, Heli Mansur.

Oportunidade de emprego

São atendidos jovens das comunidades de Novos Alagados, Moradas da Lagoa e região. Eles precisam estar frequentando a escola e passam por uma seleção por meio de prova e avaliação sócio-econômica.

Ao final do curso, os adolescentes realizam uma atividade de conclusão de curso. Este ano, eles construíram o laboratório para as aulas práticas e teóricas da construção civil.

Quando concluem o curso, a maioria dos jovens sai contratada pelas empresas parceiras do projeto. A primeira turma do Cedep, formada em 2007, empregou 75% dos jovens que concluíram os cursos.

Este ano, 52 dos 198 formados em construção civil foram contratados antes de terminarem o curso. Uma oportunidade que muda a vida desses jovens por completo.

“Minha vida mudou muito, tanto meu relacionamento com minha família quanto a minha vida profissional. Hoje estou empregado, ganhando meu salário e meus planos agora são me estabilizar e construir uma família”, declarou Danilo Pontes, que se profissionalizou na função de pedreiro.

Segundo a coordenadora do Cedep, Jaciara Sena, “os adolescentes chegam sem perspectiva de futuro, aprendem uma profissão e saem prontos para o mercado de trabalho, com a esperança renovada”.

Jemma Santana, de 17 anos, fez o curso de carpintaria e garante que vai ter um futuro brilhante. “Eu superei o preconceito, sou uma profissional como qualquer homem e já consegui até um emprego numa empresa de construção civil. Agora estou pronta para o que der e vier”, ressaltou.

Para o presidente do Sinduscon, Vicente Matos, o setor da construção civil deve ser competitivo e a iniciativa é essencial para qualificar a mão-de-obra jovem baiana. “Há frutos para os jovens que são inseridos no mercado de trabalho e para a iniciativa privada que precisa de mão-de-obra qualificada”, assegurou.

O governador Jaques Wagner falou de sua experiência com o ensino profissionalizante, como aluno e como professor, e garantiu que não existe melhor forma de combater a violência e as desigualdades do que a inclusão social.

“Eu espero que essa formação abra muitas portas para esses jovens assim como um curso profissionalizante também abriu portas para mim”, afirmou. Ele garantiu que o projeto vai continuar e ser ampliado, para que mais jovens possam ter oportunidade de entrar no mercado de trabalho.