As empresas baianas fornecedoras dos sistemistas da Ford devem fechar este ano com um faturamento de R$ 36 milhões – o dobro, em comparação a 2007. A projeção foi passada nesta quarta-feira (26) pelo engenheiro Luc de Ferran, que deixou a Ford em 2003, como vice-presidente da América do Sul, num café da manhã que reuniu empresários do setor automotivo na Quinta Portuguesa, em Salvador.

“As perspectivas para as empresas baianas que atuam no segmento são as melhores possíveis, com a ampliação da participação na cadeia produtiva automotiva. Há um ano e meio, elas sequer participavam desse mercado, que era composto por empresas do Sul e Sudeste”, disse Luc de Ferran ao apresentar os resultados parciais e as perspectivas futuras do Processo de Desenvolvimento da Cadeia de Suprimentos Automotivos (Decas).

O Decas é uma ação implantada pelo Arranjo Produtivo Local Automotivo para trabalhar na identificação das necessidades de produtos e serviços no Complexo Industrial Ford, aproximando e desenvolvendo empresas baianas do setor.

O secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Ildes Ferreira, comemorou a ampliação da participação dos empresários baianos e explicou que o governo está oferecendo apoio ao segmento através do Programa de Fortalecimento da Atividade Empresarial (Progredir). “Acredito que o Decas se enquadra perfeitamente com a proposta do Progredir e vamos trabalhar para ampliar a participação dos baianos nessa cadeia produtiva”, declarou.

Voltado para micro, pequenas e médias empresas de diversos segmentos produtivos, organizadas em arranjos produtivos locais (APLs), o Progredir conta com o aporte de US$ 16,6 milhões para ampliar a competitividade empresarial a partir da cooperação.

Os recursos são oriundos de fontes próprias do Estado e de parceiros locais (40%) e o restante (60%) obtido através de empréstimo junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O programa é coordenado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), em parceria com o BID, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL/BA).

Aglomerados produtivos

Os APLs são aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outras instituições locais, como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.

Além de apoiar o desenvolvimento produtivo e a competitividade de micro e pequenos empresários da Bahia, o Progredir vem contribuindo para identificar novos mecanismos de intervenção pública que aumentem a eficiência coletiva nos aglomerados.