Como será viver na Bahia em 2028? Certezas sobre o futuro, ninguém as tem. Mas o Governo do Estado, por meio da Secretaria do Planejamento (Seplan), elaborou uma projeção do ambiente em que os baianos possam viver ao final dos próximos 20 anos com alto padrão de qualidade, graças a uma política capaz de gerar emprego, riqueza e renda bem distribuídas.

A proposta será articulada com as esferas nacionais e internacionais para que todos tenham acesso amplo, e sem restrições, à produção de bens e serviços. O passo a passo para concretizar este cenário está descrito no Resumo Executivo do Planejamento Estratégico 2008 – 2028, disponível no site da Seplan (www.seplan.ba.gov.br).

O objetivo da publicação é divulgar e ratificar o plano de desenvolvimento do estado, cuja metodologia e estrutura são consideradas, por especialistas, um reflexo do que há de mais moderno em planejamento e gestão estratégica no setor público.

“O objetivo desse modelo é garantir que o plano estratégico seja executado conforme planejado e que se verifique, por meio do monitoramento, se os resultados correspondem às expectativas de resolução de problemas e necessidade”, explica o secretário Ronald Lobato, segundo o qual o Resumo Executivo é a síntese de um projeto de desenvolvimento sustentável.

“Nele visualizamos e definimos os objetivos estratégicos, os indicadores, as metas e os planos de ação. Tudo isso, articulado em uma matriz única, que é o Mapa Estratégico”, diz.

Entre as informações de destaque, encontram-se os objetivos que devem ser alcançados com cada ação de governo e os pontos críticos para o seu sucesso, quais indicadores serão utilizados, com detalhes sobre a medição e acompanhamento, metas, identificando o nível de desempenho por programa, e os programas de ação prioritários para se alcançar os objetivos.

Para implementar a Diretriz Estratégica Territorial 3, cujo objetivo é Dinamizar a região Cacaueira, por exemplo, o Governo do Estado propõe a criação de um Plano Diretor de Desenvolvimento da Região, tendo em vista a diversificação das atividades produtivas, como a seringueira, palmito, a piaçava e a macadâmia.

Também será dado forte apoio à preservação da Mata Atlântica, ao turismo ecológico e à expansão de agroindústrias, ações de assistência técnica, crédito e pesquisa agrícola. Há previsão ainda de renegociação das dívidas dos produtores rurais e o investimento em obras de infra-estrutura, como a revitalização do porto de Ilhéus e sua interligação com o Porto Sul.

Para aferir a eficiência do planejado será utilizado um combinado de indicadores, entre eles, a movimentação de cargas exportadas e importadas, o percentual de rodovias em boas condições de trafegabilidade, o Produto Interno Bruto Territorial per Capita em relação ao PIB per Capita do Estado e a variação percentual do PIB por setor. Todos com periodicidade anual.

Dentre as intervenções previstas no Resumo Executivo para o porto de Ilhéus, destacam-se o aumento da profundidade máxima de 10 para 12 metros, a realização de uma dragagem de manutenção e a ampliação do galpão de estocagem multifuncional.

Metodologia

Inspirado nas experiências de medição e melhoramento do desempenho das unidades de negócios da iniciativa privada, a estratégia do governo utiliza um Mapa Estratégico, tendo como referência a metodologia de Balanced Scorecard (BSC), que, em português, pode ser traduzido como Indicadores Balanceados de Desempenho.

Desenvolvido pelos professores da Harvard Business School, Robert Kaplan e David Norton, em 1992, o BSC é reconhecido por possibilitar a implantação de uma administração eficiente e transparente em busca da eficácia e efetividade.

O modelo de avaliação e performance empresarial possibilita também refletir o equilíbrio entre objetivos de curto e longo prazo, medidas financeiras e não-financeiras, indicadores de tendências e ocorrências e, ainda, entre as perspectivas interna e externa de desempenho.