Profissionais de saúde são capacitados para melhor atender paciente diabéticos

Pioneiro no Brasil, o 1º Projeto de Cuidado e Educação em Diabetes (Proced) foi aberto, na manhã desta terça-feira (18), no auditório do Centro de Atenção à Saúde Professor José Maria de Magalhães.

A atividade, que conta com a participação de profissionais de saúde de seis estados brasileiros e dos países de Guiné Bissau e Moçambique, prossegue até sábado (22), com oficinas e grupos de trabalho, onde esses profissionais vão poder aperfeiçoar suas técnicas de atendimento aos pacientes diabéticos. Além de capacitar profissionais e exportar tecnologia e informações para outros estados e países de língua portuguesa, o Proced é o primeiro passo para que o Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), unidade da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), seja reconhecido como o primeiro centro colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS) na área de capacitação e treinamento de profissionais para a atenção a diabetes do Brasil.

O projeto só foi possível ser colocado em prática graças a uma parceria da Sesab com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Ministério da Saúde e Escola Estadual de Saúde Pública (EESP).

Segundo o secretário Jorge Solla, o projeto é resultado do trabalho que o Cedeba vem realizando desde a sua criação, em 1994, e que hoje é considerado um centro de excelência do país.

“Além dos parceiros, é importante destacar a dedicação dos servidores do Cedeba, que, com muito afinco, têm construído metodologias e ferramentas inovadoras a serem aplicadas durante os módulos do projeto”, explicou Solla.

De acordo com a diretora do Cedeba, Reine Chaves, “a partir do trabalho desenvolvido no centro, que inclui a capacitação de profissionais de saúde da rede básica – o Programa de Interiorização do Diabetes (Prodiba) -, e também ações de educação em saúde voltadas para os portadores da patologia, observou-se uma redução de 63% nas hospitalizações por hiperglicemia”.

Depois da aplicação dos módulos do projeto, os profissionais treinados vão aplicar os conhecimentos em seus locais de trabalho, acompanhados por orientadores, por meio da metodologia de educação distância.

Para o representante do Ministério da Saúde de Guiné Bissau, Francisco Aleluia, o encontro, além de permitir a troca de experiências entre os países servirá também como um reforço nos conhecimentos em relação aos cuidados que devem ser prestados ao paciente com diabetes dos nossos profissionais daquele país.

No Brasil, de acordo com dados de 2007 do Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (Vigitel) a prevalência média de diabetes na população adulta (mais de 18 anos) é de 5,2%, o que representa aproximadamente 6,4 milhões de portadores que auto-referiram ter diabetes.

Conforme a coordenadora do Programa Nacional de Diabetes e Hipertensão, do Ministério da Saúde, Rosa Sampaio, o Proced é um projeto de “exportação de conhecimentos”, que tem total apoio do Ministério da Saúde.

“Trata-se de um projeto único no Brasil, que tem repercussão internacional”, garantiu a representante do ministério. A profissional em doenças crônicas não transmissíveis da Opas, Micheline Meiners, falou sobre a dedicação e o empenho de toda a equipe do Cedeba na construção do projeto, que resultará na melhoria da atenção ao diabetes.

O Diabetes

Os sintomas mais comuns da doença são sede exagerada, desânimo e fadiga, piora da visão, pressão arterial alta, impotência sexual masculina, difícil cicatrização e perda de peso.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, até 2025 o Brasil deverá passar do oitavo para o quarto lugar no ranking mundial de pessoas maiores de 18 anos com diabetes.

Construindo uma rede

Desde 1994, quando foi inaugurado o Cedeba, a Secretaria da Saúde investe na construção de uma rede hierarquizada de assistência, na qual atua como centro de média complexidade.

A diretora Reine Chaves revela que, desde 1998, o serviço tem convênio de cooperação técnica com o Centro Internacional de Diabetes, de Mineápolis, Estados Unidos, utilizando protocolos clínicos para atenção programada ao diabetes – (Staged Diabetes Managemente -SDM).

Ela ressaltou a importância do Proced, não só para os profissionais de saúde dos estados e países contemplados nessa primeira etapa, mas para a saúde pública da Bahia e do Brasil.