Com o objetivo de aperfeiçoar as suas estratégias de inovação, o Brasil não deve fazer transposições mecânicas e automáticas das políticas industriais de inovação, mas examinar a realidade local e identificar os obstáculos e os gargalos para o desenvolvimento sustentável. Isso junto com uma árdua interação e um permanente diálogo entre os setores público e privado. É preciso também ter em mente que a inovação tem um foco mais amplo do que os simples incentivos à pesquisa e desenvolvimento da ciência e tecnologia, compreendendo também a geração de novos produtos, serviços, processos, negócios, organização e estratégias.

A receita acima foi apresentada na tarde desta quinta-feira (20), pelo professor Demétrio Gaspari Cirne Toledo, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP), durante a Feira de Tecnologia & Simpósio Internacional de Inovação (Bahiatec), no Pestana Hotel, em Salvador. Toledo relatou a pesquisa Estratégias de Inovação em Sete Países – EUA, Canadá, Irlanda, Finlândia, França, Reino Unido e Canadá, realizada pelo IEA/USP, no ano passado.

Com base nas estratégias de inovação bem-sucedidas nos sete países, o professor pôde tirar conclusões que servem para o Brasil. A primeira delas que o país precisa compreender a importância das empresas para o processo de inovação, “pois, sem empresas não se tem inovação, mas apenas ciência”.

Demétrio Toledo recomendou a criação ou reorganização de novas instituições para implementar, coordenar, monitorar, avaliar e aperfeiçoar os novos planos, programas e as novas políticas de inovação. Segundo o coordenador da pesquisa do IEA/USP, é necessário construir novas formas de cooperação e diálogo entre o setor público e a iniciativa privada, como pactos, fóruns e movimentos, para mobilizar o empresariado e construir economias mais inovadoras.

Realizada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), a Bahiatec termina nesta sexta-feira (21) com a plenária Política Industrial e Parques Tecnológicos.