A Bahia acaba de ganhar recursos para a implementação de um Centro Laboratorial de Apoio à Defesa Agropecuária Baiana, ampliando a rede de diagnóstico nas áreas de defesa sanitária animal e vegetal. O objetivo do novo modelo é que se tenha uma melhoria nos trabalhos de defesa agropecuária baiana, a partir da realização de diagnósticos das principais enfermidades e pragas, com maior precisão e rapidez.

O Centro é o resultado do esforço conjunto da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA), vinculadas à Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), que visam melhorar a identificação de ocorrências de doenças e pragas, possibilitando as medidas de controle com rapidez e segurança.

Para o secretário da Agricultura, Roberto Muniz, a estruturação do centro é o início de um novo modelo de defesa agropecuária, no Estado, que tem como suportes a ciência e a tecnologia. Ele declarou que a nova unidade vai oferecer resultados confiáveis aos agricultores baianos.

O diretor-geral da Adab, Cássio Peixoto, e o diretor de Pecuária da EBDA, Osvaldo Sant’Anna, foram os articuladores do projeto junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), órgão financiador do projeto, através do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq).

Segundo Cássio Peixoto, a inclusão da EBDA no novo modelo credencia a Bahia para a incorporação de novas iniciativas, com mais sustentabilidade. A empresa já é detentora de conhecimentos na área, pois desenvolve atividades de pesquisas agropecuárias, inclusive laboratoriais, com corpo técnico especializado, em sua Central de Laboratórios, com sede em Ondina.

“Um dos benefícios do centro para todo o país é quanto à qualidade fitossanitária, já que o Brasil está constantemente sob ameaça da introdução de pragas quarentenárias, além do agravamento das doenças das plantas”, explicou Cássio Peixoto.

O diretor-geral também garantiu que o aperfeiçoamento do sistema de identificação de doenças vai contribuir para manter a Bahia numa boa posição em qualidade fitossanitária, além de impulsionar as exportações dos produtos agropecuários.

Laboratórios

Para a estrutura física do Centro Laboratorial serão utilizadas as mesmas instalações da Central de Laboratórios da EBDA, que terá suas estruturas adaptadas, com a instalação de equipamentos para atender ao novo modelo, visando torná-lo em um centro de referência nacional.

O projeto do Centro Laboratorial detalha que os Programas Nacionais de Defesa Sanitária Animal envolvem as principais enfermidades, com metas e objetivos a serem atingidos, visando minimizar os prejuízos econômicos causados por doenças como a febre aftosa, a brucelose, a tuberculose, e a raiva dos herbívoros, entre outras.

Entre os objetivos do centro estão o diagnóstico de doenças como a brucelose, anemia infecciosa de eqüinos, maedi visna, doenças infecciosas e parasitárias, pragas e doenças agrícolas, o desenvolvimento de métodos de análise de resíduos de agrotóxicos, e ainda a análise físico-química de farinha de mandioca, de óleo de soja, de mel.

Quanto aos resultados esperados, Frederico de Medeiros, coordenador do Projeto, explicou a importância dos resultados dos estudos epidemiológicos das doenças e pragas do estado, do aumento da taxa de coleta de amostras de animais e do número de amostras analisadas, da demanda de exames laboratoriais para Anemia Infecciosa Eqüina (AIE).

Ele ressalta ainda que o novo centro vai possibilitar o credenciamento do laboratório para diagnóstico de Brucelose perante o MAPA, o isolamento e identificação sistemática de pragas e doenças em plantas de importância economia, dentre outras, e ainda a capacitação de profissionais para desenvolver atividades nestas áreas.

Segundo Frederico, o projeto, na sua primeira fase, será desenvolvido durante um período de três anos, por técnicos da EBDA e da Adab, e contará com a colaboração de professores pesquisadores do Instituto de Química da UFBA, da Universidade Estadual de Feira de Santana e do CEFET, de Porto Seguro, dentre outros.

A necessidade de inserir o novo modelo de defesa no Estado deve-se também a importância que o agronegócio tem para a economia do Brasil, representado um terço do PIB. O país caminha em direção à liderança mundial em agronegócio e para continuar sendo referência é preciso atuar de modo eficiente no controle das cadeias de produção, garantindo a qualidade e segurança dos alimentos.