Depois de se reunir com empresários e representantes do Sindicato das Empresas de Informática e Eletrônica e avaliar alternativas, a Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) promoveu ajustes na linha emergencial de crédito, lançada pelo Governo da Bahia, para enfrentar os efeitos da crise financeira mundial.

Assim, o Conselho Deliberativo do Fundo de Desenvolvimento Social e Econômico (Fundese), reunido na quinta-feira (18), decidiu acatar sugestões para ampliar o prazo de carência de três para oito meses, ampliar o prazo total de 18 para 24 meses e aceitar operações de até R$ 500 mil, com amparo de garantias fidejussórias, ou seja, aval e fiança. Os ajustes são específicos para o setor de informática e eletroeletrônica.

Impacto cambial

Segundo o presidente da Agência de Fomento, Luiz Alberto Bastos Petitinga, a linha emergencial Credifácil Giro Especial se direciona para alguns setores prioritários geradores de emprego como alimentos, bebidas, têxtil, calçados, transformação plástica e setor de informática.

Entretanto, este último setor – o Pólo de Informática de Ilhéus – foi afetado duramente pelas dificuldades de crédito e pela desvalorização cambial, justificando os benefícios. O presidente da Desenbahia considera que os argumentos dos empresários do Pólo fazem sentido.

Os componentes de computadores e demais equipamentos de informática, sendo importados, tiveram seus preços em reais aumentados em decorrência do câmbio. Os fornecedores estrangeiros do mercado baiano também reduziram – praticamente eliminaram – os prazos para pagamento.

Ocorre que a volatilidade cambial tem dificultado a formação de preços, provocando certa paralisia no mercado. Ficou evidente, então, que as empresas do setor tiveram um aumento na necessidade de capital de giro, não devidamente suprido devido à escassez de crédito. Com os ajustes na linha emergencial da Desenbahia, a ampla maioria das empresas do setor de informática poderá ser atendida, esclareceu Petitinga.