As potencialidades produtivas e os entraves ao desenvolvimento da Bahia foram apresentados a um grupo de gestores do Banco do Nordeste (BNB), por meio de uma palestra sobre as Perspectivas de Investimentos no Estado da Bahia, realizada pelo diretor de Planejamento da Secretaria do Planejamento (Seplan), Roberto Fortuna, no auditório do banco.

A palestra serviu de subsídio também para a programação do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) para o ano de 2009, já que aborda as prioridades para o desenvolvimento do estado.

Fortuna falou sobre projeções da economia mundial, que podem ser consideradas janelas de oportunidades para o crescimento do estado. Disse que, segundo o Banco Mundial (Bird), a taxa de crescimento da economia global aumentará mais que o dobro nesse período e terá impacto significativo na redução da pobreza mundial.

“O crescimento vigoroso da economia global será puxado pelos países em desenvolvimento (China, Índia e Rússia)”, acrescentou. Na mesma linha de abordagem, Fortuna apontou o grande aumento na demanda por bens de consumo duráveis e alimentos, assegurando que as boas perspectivas previstas são para soja, milho, algodão, café, cacau e frutas frescas que, somados, tiveram um incremento de 52%, em maio 2008, em relação ao mesmo mês em 2007.

Entre as oportunidades criadas para a Bahia, o palestrante citou os setores da agropecuária, de biocombustíveis, o segmento de minérios e a indústria naval, lembrando a elevada demanda internacional por navios e a demanda da Petrobras por plataformas off-shore.

No plano interno, o crescimento decorrente dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. Apesar do panorama otimista nas esferas nacional e internacional, a reduzida base produtiva e insuficiente agregação de valor das cadeias produtivas locais, foram alguns dos fatores considerados entraves ao processo de crescimento do estado.

Além disso, estrangulamentos na infra-estrutura econômica, deficiência de mão-de-obra estadual, reduzida capacidade na geração, absorção e difusão de informações e conhecimentos científicos e tecnológicos.

As estratégias do governo para promover o desenvolvimento eqüitativo do estado têm foco no planejamento territorializado, com prioridade para o semi-árido, que encerra uma área total de 391 mil quilômetros quadrados, que correspondem a 68,5% do território estadual e 43,4% do semi-árido nacional. O território possui uma população de 6.697.990 habitantes.

O plano do governo para o território inclui o incentivo aos arranjos sócio-produtivos – sisal, biodiesel, ovinocaprinocultura e bovinocultura, e aos arranjos sócio-complementares da mandioca, aqüicultura, frutas, flores, apicultura.