A taxa registrada para a Bahia no terceiro trimestre de 2008 evidencia que a economia baiana continua acompanhando o ritmo de crescimento do Brasil. O Produto Interno Bruto (PIB) do estado apresentou uma expansão de 6,3% no terceiro trimestre de 2008, em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo as estimativas realizadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), órgão ligado à Secretaria do Planejamento do Estado. O PIB brasileiro, nesse mesmo período, registrou expansão de 6,8%.

Foram fundamentais para o bom desempenho da economia baiana, os resultados do segmento industrial (7,6%) e, sobretudo, da agropecuária, que apresentou uma expansão de aproximadamente 7,1%, se recuperando das últimas quedas. O setor de serviços também apresentou crescimento nesse período, com taxa de 5,3%, em comparação ao terceiro trimestre de 2007.

No acumulado de 12 meses – entre outubro de 2007 e setembro de 2008-, o PIB da Bahia expandiu 5,5%. O desempenho favorável para o PIB neste penúltimo trimestre de 2008 trouxe expectativas de um resultado anual positivo. “Até o fechamento do trimestre em pauta, a Bahia manteve um ritmo de crescimento bastante elevado. É possível que as incidências da atual crise econômica financeira não alterem substancialmente a expectativa de crescimento do estado para o ano de 2008”, comenta o diretor geral da SEI, José Geraldo dos Reis.

Setor agropecuário tem expansão de 7,1%

Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do IBGE, a produção de grãos cresceu 16%, devendo alcançar 6,3 milhões de toneladas, número recorde nas safras baianas. A soja recuperou bem as perdas do ano de 2006 e expandiu aproximadamente 20%, com safra estimada em 2,7 milhões de toneladas.

Os resultados positivos para praticamente,todas as lavouras da Bahia colaboraram para o setor agropecuário apresentar uma expansão de 7,1%. Esse comportamento está relacionado ao bom desempenho de um conjunto de produtos colhidos no terceiro trimestre de 2008, diferente daqueles produtos que foram colhidos nos dois trimestres imediatamente anteriores, quando comparados aos respectivos períodos do ano anterior.

No segmento industrial, merece destaque os resultados alcançados pela indústria de transformação (7,6%) e pela construção civil (8,9%), que está há 11 trimestres consecutivos em expansão.

A indústria extrativa mineral, embora em menor intensidade, também voltou a apresentar resultado positivo no terceiro trimestre de 2008. O Avanço da extrativa atingiu 2%, como reflexo do aumento na extração de minérios de cobre e gás natural, tendo este último crescido, aproximadamente, 30% em relação ao mesmo período do ano anterior. A queda de 2% na extração de petróleo impediu um melhor desempenho para a atividade, dada a representatividade que a mesma exerce no total da extração mineral na Bahia.

No setor da indústria de transformação, segundo as informações do relatório da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, observa-se que o mesmo vem sustentando resultados positivos há cinco trimestres consecutivos, nas comparações contra igual período do ano anterior. No terceiro trimestre de 2008, a indústria de transformação da Bahia avançou 7,5%, taxa superior à assinalada no segundo (6,4%) e no primeiro trimestre (5,0%).

Este ganho de dinamismo, na passagem do segundo para o terceiro trimestre, foi explicado, em grande parte, pelo aumento de ritmo em algumas atividades, com destaque para o segmento de produtos químicos, que passou de uma retração (- 4,3%) no segundo trimestre, para uma expansão (3,7%) no terceiro trimestre; e celulose e papel, que acelerou o ritmo de crescimento (de 38% para 53,6%).

O desempenho da indústria de borracha e plástico, em função dos pesados investimentos realizados principalmente no segmento de pneumáticos, também foi considerável. Diariamente a indústria baiana de pneumáticos produz cerca de 36 mil unidades. No terceiro trimestre de 2008, em relação ao igual período do ano anterior, a indústria de borracha e plásticos obteve um incremento de 22%.

Reflexo imediato da finalização das obras do metrô de Salvador, bem como do chamado boom imobiliário – que tem expandido, em média a 40% ao ano, a oferta de imóveis -, a construção civil, segmento que absorve uma elevada quantidade de mão-de-obra, voltou a apresentar expansão na atividade, com crescimento de 8,9% no terceiro trimestre de 2008.

Segundo os dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) a construção civil, somente entre janeiro e setembro de 2008, criou, na Bahia, aproximadamente 12 mil empregos com carteira assinada, sendo o segundo setor mais importante em geração de empregos.

No comércio baiano a expansão foi de 7,3%, acumulando, no período compreendido entre outubro de 2007 e setembro de 2008, incremento de 9% nas vendas reais. Entre janeiro e setembro de 2008, o segmento de móveis e eletrodomésticos apresentou uma expansão acumulada de 21,2%.

Outro segmento importante a apresentar expansão foi o de venda de veículos, motos e acessórios, que nesse mesmo período expandiu 17,8%. No ramo de bens duráveis, cerca de 75% das transações comerciais são financiadas. Foram fatores preponderantes para impulsionar os negócios do ramo o aumento do emprego, a expansão do crédito e as constantes promoções.

O resultado do comércio exterior também merece destaque. “A despeito de toda a crise financeira mundial, que tem provocado turbulências no cenário internacional, a Bahia, no período janeiro/outubro, já bateu o valor exportado ao longo de todo o ano de 2007”, ressalta o diretor de Indicadores e Estatísticas da SEI, Edmundo Figueirôa,. Nos 10 primeiros meses do ano,, já foram contabilizados, segundo os dados do Promo Bahia, aproximadamente US$ 7,6 bilhões em vendas externas, contra US$ 7,4 bilhões nos 12 meses de 2007.

PIB Trimestral – Variação do trimestre em relação ao mesmo trimestre do ano anterior

Bahia e Brasil, 2008*  
Atividades2008 / 3º trimestre
Bahia (%)Brasil (%)
Agropecuária7,16,4
Indústria7,67,1
Serviços5,35,9
Valor Adicionado Básico6,16,3
Impostos Sobre o Produto6,910,1
PIB a Preços de Mercado6,36,8

Fonte: SEI/IBGE
(*) Dados Sujeitos a Retificação