As 31 Escolas Família Agrícola (EFS’s) da Bahia, que são administradas por duas associações sem fins lucrativos, receberão apoio financeiro do governo estadual, a partir do próximo ano. A lei que institui o programa – aprovada na Assembléia Legislativa – foi sancionada, nesta terça-feira (23), pelo governador Jaques Wagner.

Com a iniciativa, as instituições que oferecem ensino diferenciado para as comunidades da zona rural, receberão aportes financeiros do Estado, por meio de recursos orçamentários específicos, oriundos de cinco secretarias – Educação (SEC), Meio Ambiente (Sema), Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Agricultura (Seagri) e Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir).

Com metodologia pedagógica diferenciada, onde, nos meses de aula, os estudantes passam 15 dias em casa e 15 dias em atividades práticas na zona rural, as Escolas são responsáveis pela preparação de alunos dos ensinos fundamental e médio para a realidade do campo e também das cidades.

Atualmente, das 31 escolas em atividade no estado, 22 são mantidas pela Associação das Escolas das Comunidades e Famílias Agrícolas da Bahia (Aecofaba) e reúnem 2,3 mil estudantes em 22 municípios.

O secretário executivo da Aecofaba, Joaquin Nogueira, explica que o principal objetivo das Escolas – freqüentadas, em sua maioria, por filhos de pequenos agricultores e trabalhadores rurais sem-terra – é fazer com que os jovens permaneçam no campo.

Segundo ele, 75% dos estudantes das Escolas continuam a viver na zona rural, após a conclusão do ensino médio que tem como principal curso o de técnico em agropecuária.

Nogueira também entende que a iniciativa do Governo do Estado é bastante corajosa, porque, segundo ele, nunca houve apoio consistente ao segmento na Bahia. Além disso, ele acredita que o programa vai garantir a sobrevivência de muitas unidades escolares.

“Sem apoio tivemos de fechar algumas unidades, que inclusive possuem uma boa infra-estrutura. No passado, havia apenas parcerias isoladas com o Estado, por meio de convênios”, explica. O deputado estadual Gilberto Brito, autor do projeto de lei, disse que a iniciativa foi proposta desde 2003.