Foi aberta na manhã desta terça-feira (16), a Reunião de Cúpula do Mercosul, em Costa do Sauípe.  O evento conta com a participação dos chefes de estado do bloco e também dos governantes do México, Guiana, Panamá e Suriname.

No discurso de boas vindas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a integração dos países da América Latina, Mercosul e Caribe e também destacou pontos para enfrentamento da crise econômica mundial. Além disso, o líder brasileiro ressaltou a participação, no encontro, do presidente cubano Raul Castro. "É a primeira viagem do companheiro Castro ao Brasil e com certeza, ele deve estar observando as semelhanças da Bahia com Santiago de Cuba".

Durante a fala, Lula disse que a voz do Mercosul começou a ser ouvida em âmbito internacional, principalmente devido às medidas adotadas por países do bloco, como o Brasil, para conter os avanços da crise global. "Estamos implementando ações que visam preservar o emprego e renda dos trabalhadores. Por isso, vamos continuar priorizando a execução de programas sociais e incentivando a produtividade e competitividade".

Segundo ele, é preciso ainda que os governantes dobrem suas apostas no Mercosul. No último ano, as trocas interregionais entre os paises que compõem o bloco chegaram US$ 140 bilhões, valor cinco vezes maior que o medido em 2003.

Sobre o impasse com o Paraguai, o presidente afirmou que o Brasil pretende continuar trabalhando com o país vizinho e  chegar a um consenso para eliminar a dupla cobrança da TEC (Tarifa Externa Comum), que caracteriza uma união aduaneira, que ele considera essencial para integrar as cadeias produtivas entre os países.

Durante a reunião também será discutida a criação de um fundo regional para apoio às micro, pequenas e médias empresas do Mercosul, facilitando o acesso ao crédito. "O Brasil tem consciência das responsabilidades com as economias menores e, por isso dobrará a contribuição para o Focen em 2009", disse Lula.

No fim do discurso, Lula ressaltou o avanço da democracia na América Latina e defendeu a realização de eleições diretas nos países que compõem a região, sobretudo nos parlamentos.

Já o presidente do Uruguai, Tabaré Vasquez destacou, em sua fala inicial, que o fortalecimento da união entre os países membros do Mercosul será fundamental para se enfrentar as incertezas e os desafios que se apresentam para o próximo ano, com a crise econômica mundial.

Vasquez disse também se identificar com as palavras iniciais do presidente Lula, com a preocupação econômica, social e política dos países da América do Sul com a atual conjuntura mundial. "Gostaria também de destacar o trabalho do presidente Lula em divulgar e defender a unidade do Mercosul em todos os encontros e eventos internacionais é com certeza a voz do Mercosul para o Mundo", disse Vasquez.