Hospital Prado Valadares tem plano de contingência para a dengue

Com o objetivo de melhorar o nível de informação sobre a doença e qualificar a assistência aos pacientes com suspeita de dengue, o Hospital Geral Prado Valadares, localizado em Jequié, elaborou o Plano de Contingência Assistencial para Epidemia de Dengue.

O plano foi apresentado, na manhã desta terça-feira (30), aos servidores da unidade e prevê, entre outras ações, a definição do fluxo dos pacientes na unidade, a melhoria da qualidade dos dados e informações e a redução da taxa de letalidade pela doença.

De acordo com o diretor Gilmar Vasconcelos, a unidade tem tecnologia e profissionais capacitados para o manejo clínico de casos de dengue. O aumento do número de pacientes na emergência do hospital, inclusive casos graves, motivou a adoção da iniciativa.

Recentemente foi feita uma capacitação em diagnóstico e manejo clínico de pacientes com suspeita de dengue, voltada para médicos e enfermeiros da unidade, contemplando 42 profissionais, e um processo de educação permanente continua sendo realizado, sob a responsabilidade da diretora da Urgência do hospital, Fernanda Dalla Costa.
Em Jequié, sede da 13ª Diretoria Regional de Saúde (Dires), foram notificados, de janeiro até sexta-feira passada (26), 288 casos de dengue, sendo 78 confirmados – quatro da forma hemorrágica da doença.

“Nos últimos três dias (de 27 a 29), a emergência do hospital tem recebido uma média de 15 casos suspeitos de dengue, sendo um da forma hemorrágica”, diz Vasconcelos, acrescentando que, além do acolhimento com classificação de risco, em funcionamento desde junho de 2007, foi implantado novo fluxograma para os pacientes com suspeita, com condutas e encaminhamentos a serem adotados, a depender do estágio da doença.

Organização dos serviços

A disponibilização de leitos de acordo com a demanda e a organização e qualificação dos serviços assistenciais são também previstos no plano de contingência do HGPV.

A unidade hospitalar dispõe de 200 leitos, distribuídos nas especialidades de clínica médica e cirúrgica, obstetrícia, pediatria, neonatologia, terapia intensiva e psiquiatria, além de leitos de observação adulto, pediátrico, pré-parto e reanimação, com atendimentos de urgência e emergência.

Entre os componentes do plano, o diretor do hospital cita a assistência ao paciente, que visa garantir o atendimento adequado aos mesmos e, consequentemente, reduzir a letalidade pelas formas graves da dengue.

“No plano, a assistência ao paciente compreende ações de organização do serviço, melhoria na qualidade da assistência para fazer frente ao risco de ocorrência de epidemia de febre hemorrágica da dengue (FHD) no município de Jequié”, pontuou Vasconcelos.

Também são ações previstas no plano, integrar o Prado Valadares à rede assistencial, enquanto referência para casos graves da doença, manter o sistema da Central de Leitos atualizado em tempo real, para otimização dos leitos, garantindo acesso ao tratamento, elaborar um plano de contingência para situações de epidemia (planejamento de necessidades de leitos e instalações de UTI, insumos, veículos, equipamentos e pessoal), notificar todos os casos suspeitos de dengue e informar à Vigilância Epidemiológica de Jequié ou outro município de origem, atender e/ou referenciar os pacientes para outros níveis de atenção, de acordo com o grau de complicação.

Doença aumenta no Brasil e na Bahia

Conforme dados da Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS), do Ministério da Saúde, entre os meses de janeiro e setembro foram notificados, no Brasil, 764.040 casos de dengue, o que representa um aumento de 45,8% em relação ao mesmo período de 2007.

Dezenove estados apresentaram aumento no número de casos, entre eles, a Bahia. Foram confirmados no país 3.848 casos de febre hemorrágica de dengue, com 213 óbitos e 16.104 casos de dengue com complicações, resultando em 163 óbitos.

Na Bahia, até a primeira semana deste mês, foram notificados 35.972 casos de dengue clássica e confirmados 234 casos de formas graves da doença (dengue com complicações, febre hemorrágica da dengue e síndrome do choque da dengue), com 14 óbitos.