A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) realiza, nesta quinta-feira (18), o 1º Workshop Biofábrica do Semi-Árido. O evento vai apresentar e discutir o projeto de implantação de uma biofábrica em Feira de Santana.

A iniciativa é resultado de parceria entre a universidade, as secretarias estaduais de Agricultura (Seagri), de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia (Secti), de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir) e o Centro de Educação Tecnológica da Bahia (Ceteb).

A programação prevê a participação dos consultores Ailton Florêncio e Adriano Bortolotti Silva, da Seagri, e de pesquisadores do Horto Florestal da Uefs. As atividades serão desenvolvidas a partir das 8h, no auditório do módulo 7, campus universitário.

O projeto, com capacidade para produzir, anualmente, cinco milhões de mudas de qualidade e resistentes a pragas e doenças, será a primeira biofábrica do mundo voltada para o semi-árido.

A fábrica vai produzir e disponibilizar mudas, principalmente para os agricultores familiares e assentados da reforma agrária, quilombolas, comunidades indígenas e de fundo de pasto, além de comercializar a produção excedente como forma de garantir a auto-sustentatibilidade.

Dentre outras culturas, serão produzidas mudas de bananas, resistentes ao mal do panamá, e a Sigatoka amarela e negra (para os distritos irrigados do estado), abacaxi (para repovoamento das áreas de criação de Coração de Maria, Conceição do Jacuípe e ampliação do Pólo da Chapada Diamantina e Mundo Novo) e de sisal, para a região sisaleira da Bahia.

Também serão produzidas mudas de cajueiro anão, para o Território Nordeste 2, umbu-gigante, umbu-cajá e cajá, para o Território do São Francisco, maracujá, acerola, maçã, manga e citros, além essências florestais, para uso como reserva energética e medicinal.

A biofrábrica produzirá ainda mudas de arbustos para o melhoramento de pastagens. As plantas serão produzidas por um sistema de clonagem, que permite produzir mudas, com ciclo mais curto e de melhor qualidade, protegidas contra pragas e doenças.

O secretário Ildes Ferreira explica que, dentre outros entraves ao desenvolvimento, a implantação da biofábrica vai solucionar, por exemplo, um grande problema dos produtores de banana de Bom Jesus da Lapa, obrigados a importar as mudas de outros estados, como Minas Gerais.

“Essas mudas, além de qualidade ruim, correm o risco de virem contaminadas, podendo danificar todo plantio”, observou Ferreira.

O consultor Ailton Florêncio informou que as mudas também servirão para a recuperação da mata ciliar e atender as demandas do estado para apoio à agricultura familiar. A área que será beneficiada com a implantação da biofábrica na região abrange 264 pequenos e médios municípios da Bahia e abriga uma população de sete milhões de pessoas.