Atingidos pelos efeitos da crise financeira mundial, os fruticultores baianos do Vale do São Francisco receberam ontem um novo alento. Atendendo à proposta oficial da Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), o Ministério da Integração Nacional baixou resoluções autorizando a renegociação das dívidas dos produtores, e a manutenção, em 2009, dos mesmos limites de crédito de antes da crise para empresas exportadoras financiadas pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).

Além da Bahia, a medida é benéfica para todos os produtores da região de atuação da Sudene, que abrange os nove estados do Nordeste, mais o Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, e o Norte do Espírito Santo. Somente na Bahia, o saldo devedor refinanciado alcança a marca de R$ 300 milhões, segundo informa o diretor do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Paulo Sérgio Ferraro.

Com este ato, os fruticultores do Vale do São Francisco conseguiram a renegociação das parcelas vencidas a partir de setembro de 2008 e vincendas em 2009, pagando apenas 2% do saldo devedor em atraso. Além disso, poderão tomar novos empréstimos para as safras seguintes.

Já as empresas exportadoras, integrantes do Programa Nordeste Exportação (Nexport), poderão contrair empréstimos do FNE até o limite de R$ 40 milhões, nas mesmas condições do ano passado. As resoluções do Ministério serão submetidas à aprovação ad referendum do Conselho Deliberativo da Sudene.

Para o diretor do BNB, Paulo Sérgio Ferraro, a atuação da Secretaria da Agricultura como articuladora de todo o processo foi da maior importância, proporcionando o diálogo do governo com os produtores e os agentes financeiros. A iniciativa levou ao acordo de uma proposta que atendesse a todos os interessados, criando condições para o pagamento das dívidas e abrindo possibilidade para novos financiamentos, importantes para a próxima safra.