Com o propósito de desenvolver estratégias de comercialização no mercado institucional que garantam um preço justo para os produtos oriundos da agricultura familiar, a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri) defende a ampliação da atuação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Estado. Em 2008, a agência reguladora de preço do governo federal operou com R$ 23 milhões e a previsão é de que, nesse ano, ultrapasse a marca de R$25 milhões, podendo até dobrar.

“Para ampliar o mecanismo de aquisição e doação simultânea em escolas, creches, asilos, hospitais e assentamentos, é preciso cobrir os custos de produção e garantir renda aos pequenos produtores”, ponderou o secretario da Agricultura, Roberto Muniz, que esteve reunido em seu gabinete, com a superintendente da Conab, Rose Pondé. Participaram ainda da discussão o superintendente da agricultura familiar da Seagri, Ailton Florêncio, e o diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária, Cássio Peixoto.

Uma das ações proposta pelo secretário para dar eficiência ao trabalho é a formalização das principais cadeias produtivas, além da qualificação das equipes técnicas da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e das organizações conveniadas para operarem com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O programa é coordenado por seis ministérios, cabendo à Conab a aquisição direta da agricultura familiar. Para a qualificação das informações, estão previstas capacitações para os técnicos de todas as regionais.

As câmaras setoriais também terão um papel importante e servirão de elo para encurtar a distância entre as porteiras e as gôndolas. “A Seagri quer apoiar e dialogar com as empresas familiares de comercialização”, define. “O Selo da Agricultura Familiar, também remete a uma qualificação do produto”, complementa o secretário

Apesar dos inúmeros gargalos, os produtos da agricultura familiar baiana são de qualidade inigualável. É o que atesta a superintendente da Conab, Rose Pondé. “Nunca precisei recusar um caminhão de farinha”, pontuou. Mais de 825 mil pessoas se alimentam desses produtos, por meio do PAA. Com o programa, o produtor pode comercializar R$ 3,5 mil e a expectativa para este ano, segundo a superintendente do órgão, é de que as vendas subam para R$ 4,5 mil.