Maior iniciativa do gênero no Brasil, o Cidadania Digital, programa de inclusão sociodigital do governo da Bahia, vai ganhar um importante aliado na tarefa de assegurar o acesso à informática com internet banda larga e capacitação para o trabalho ao maior número possível de baianos.

Com o projeto Computadores para Inclusão (Projeto CI), do governo federal e em parceria com a Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), o Ministério do Planejamento vai implantar em Lauro de Freitas, município da Região Metropolitana do Salvador (RMS), o primeiro centro de recondicionamento de computadores do Nordeste do país.

O centro será implantado em um espaço cedido pela prefeitura de Lauro de Freitas, beneficiando até o final do ano cerca de 60 jovens carentes. Para isso, o ministério vai repassar ao governo da Bahia R$ 400 mil, que serão empregados na adequação do espaço físico destinado ao centro, na formação profissional e no transporte de equipamentos, entre outras ações.

Em contrapartida, a Bahia vai investir R$ 100 mil na manutenção e operação do centro e na formação dos jovens bolsistas. O convênio vale até dezembro deste ano.

Os bolsistas vão receber formação na recuperação de computadores e, ao final do curso, estarão aptos a atuar no mercado de trabalho. A Secti vai ainda estabelecer parceria com a prefeitura de Lauro Freitas e com a instituição não-governamental Aldeias Infantis SOS, devido à sua experiência no desenvolvimento de projetos sociais.

O secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Ildes Ferreira, prevê que, com a liberação dos recursos em fevereiro, o centro de recondicionamento de computadores de Lauro de Freitas deve entrar em operação em quatro meses.

“É fundamental para a Bahia fazer parte desta rede, por uma série de motivos. Primeiro, com o recondicionamento de computadores, evitamos que toneladas de componentes de equipamentos de informática acabem em aterros sanitários – o chamado lixo tecnológico –, o que aumenta o problema da gestão dos resíduos sólidos. Há ainda a possibilidade de servir como instrumento para geração de renda para grupos de jovens da capital e do interior”, observou Ferreira.

Ele disse que o centro vai receber as doações de máquinas fora de uso, que serão recondicionadas e distribuídas a parceiros interessados em fomentar a democratização das ferramentas de informática.

“A Bahia tem hoje a responsabilidade de gerir o maior programa público de inclusão digital do país, que está perto de 700 centros digitais de cidadania”, destacou o secretário. O Cidadania Digital foi premiado em 2008 pela revista especializada A Rede como o melhor programa público estadual de inclusão digital do Brasil.

Em rede nacional, projeto reaproveita equipamentos de informática

Segundo o Ministério do Planejamento, o projeto Computadores para Inclusão consiste numa rede nacional de reaproveitamento de equipamentos de informática, formação profissional e inclusão digital. Equipamentos descartados por órgãos do governo, empresas e pessoas físicas são recuperados nesses centros e doados a telecentros, escolas e bibliotecas de todo o país.

O projeto é coordenado pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento, que estabelece parcerias locais para a manutenção e funcionamento das unidades de recondicionamento. Já foram implantados centros nas cidades de Porto Alegre (RS), Guarulhos (SP), Gama (DF) e Belo Horizonte (MG).

Informações sobre como doar ou receber equipamentos já recuperados pelo Projeto CI estão disponíveis em www.computadoresparainclusao.gov.br.