As ações do Governo do Estado que visam a salvaguarda do patrimônio cultural, recuperação e dinamização dos museus da Bahia já chegam a R$ 90 milhões. São recursos estaduais e federais gerenciados pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), vinculado à Secretaria de Cultura (Secult), no biênio 2007/2008.

Segundo o diretor-geral do Ipac, Frederico Mendonça, metade desses recursos é aplicada em obras. “Mais de R$ 50 milhões são investidos na restauração de monumentos e edificações tombadas como patrimônios estaduais ou nacionais, em centros históricos de cidades baianas, na melhoria dos casarios da Baixa dos Sapateiros e do Centro Histórico de Salvador e na recuperação de museus baianos, entre outras intervenções”, disse.

Dentre os monumentos restaurados ou ainda em obras estão Solar do Unhão, Palácio da Aclamação, Solar Ferrão, Palácio Rio Branco, igrejas do Pilar, Boqueirão e Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, além do Parque das Esculturas do Museu de Arte Moderna (MAM), em Salvador, e o Parque Histórico Castro Alves, em Cabaceiras do Paraguaçu.

O restante dos investimentos é destinado à reparação dos bens culturais móveis – imagens sacras e acervos museológicos – e apoia a realização de manifestações culturais, como a Festa de Santa Bárbara, o São João e o Carnaval do Pelô, além de shows e exposições.

Monumenta e Prodetur 2

A agilização das obras integra a política de melhoria dos serviços do Ipac, empreendida desde janeiro de 2007. Os programas federais Monumenta e Prodetur 2 (Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste), através da Secretaria do Turismo (Setur), reúnem o maior aporte dos recursos.

“O Monumenta é financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por meio da União, com contrapartida do Tesouro estadual, com R$ 35 milhões aplicados na recuperação dos centros históricos de Lençóis e Cachoeira”, explicou Mendonça.

Cachoeira é a cidade brasileira, dentre outras 25, que mais recebe recursos do Monumenta. Na capital, o programa realiza a sétima etapa de recuperação do Centro Histórico de Salvador, sob a responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder).

Patrimônio da humanidade

Com a Universidade Federal do Recôncavo e a Universidade Federal da Bahia, o Ipac está elaborando um dossiê para candidatar o conjunto arquitetônico-histórico de Cachoeira e São Félix, às margens do Rio Paraguaçu, como ‘Patrimônio da humanidade’.

“Até maio deste ano, o secretário Márcio Meirelles encaminha o levantamento para que o governador Jaques Wagner apresente a proposta à Unesco”, afirmou Mendonça.

O Ipac realizou também intervenções no Baixo Sul e em Feira de Santana. Em Salvador, promoveu reparos nos museus Tempostal e de Azulejaria e Cerâmica Udo Knoff, na Fonte das Pedras – monumento tombado pelo Estado –, além dos levantamentos técnicos da Vila Nova Esperança, que subsidiaram projetos urbanísticos e arquitetônicos dessa encosta no Centro Histórico de Salvador.

Igreja, oratório e Feira de São Joaquim

Em março deste ano começa a restauração da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e do Oratório da Cruz do Pascoal, no Centro Histórico de Salvador.

Integrando a estratégia de preservação de sítios históricos e por meio de convênio com o Ministério da Cultura, o Ipac elabora ainda o projeto para a requalificação da Feira de São Joaquim, num investimento de R$ 1,5 milhão.