Mais uma cidade recebe o Programa de Internação Domiciliar, do governo da Bahia. Desta vez a beneficiada foi Jequié, localizada no sudoeste do estado. O evento, realizado nesta sexta-feira (23), contou com a presença do governador Jaques Wagner e do secretário estadual da Saúde, Jorge Solla. “Este é um dos programas mais importantes desta gestão, porque libera os leitos hospitalares e contribui para uma recuperação mais rápida do paciente”, afirmou o governador.

Pioneiro no Brasil e na América Latina, o programa está disponível para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) que estão internados nos hospitais da rede estadual que tenham o serviço implantado. Em Jequié, o serviço funciona no Hospital Prado Valadares com o objetivo de atender até 60 pacientes por mês.

Segundo o diretor-geral do hospital, Gilmar Vasconcelos, embora o programa esteja sendo lançado oficialmente este ano, o atendimento à população foi iniciado em meados de novembro de 2008, sendo que até o momento já foram beneficiadas cerca de 20 pessoas e oito permanecem na internação domiciliar. “O programa atende pessoas que não estejam em estado grave, ou seja, precisando estar na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI)”, explicou.

É o caso da dona de casa Celina Maria de Jesus, 61 anos, que, após passar por uma cirurgia no intestino, a equipe médica do Prado Valadares decidiu inseri-la no Internação Domiciliar, por ter um estado clínico considerado estável. A dona-de-casa conta com a ajuda das três filhas, suas cuidadoras. “O programa ajudou na minha recuperação. Antes, eu nem conseguia andar. Agora, com a ajuda das enfermeiras e da equipe médica, que sempre estão na minha casa, voltei a caminhar sem sentir dor. Estou muito feliz”, disse.

Além da comodidade de serem atendidos em sua casa por uma equipe médica interdisciplinar, os beneficiados pelo programa não se preocupam em comprar suas medicações. Tudo é fornecido pelo hospital.

Solicitação cabe aos hospitais e às emergências

Para a internação domiciliar, a solicitação deve partir dos hospitais onde o serviço está implantado e das unidades de emergência da rede estadual. Atualmente 23 equipes médicas interdisciplinares atuam no programa, totalizando 171 profissionais. Cada grupo atende, em média, 30 pacientes por mês, que têm uma permanência de 30 dias na internação domiciliar.

Uma das vantagens da internação domiciliar é desocupar os leitos para serem ocupados por quem realmente precisa e ao mesmo tempo evitar que os beneficiados adquiram algum tipo de infecção hospitalar.

Para fazer parte do programa, o paciente deve ser maior de 60 anos, portador de doenças crônico-degenerativas, de patologias que necessitem de cuidados paliativos e portadores de incapacidade funcional, provisória ou permanente.

Inicialmente, ele funciona em seis municípios: Salvador, Lauro de Freitas, Feira de Santana, Jequié, Vitória da Conquista e Ilhéus. Na capital baiana, a internação domiciliar é oferecida nos hospitais Geral do Estado, Roberto Santos, Ernesto Simões Filho, São Jorge e João Batista Caribé.

No interior, as equipes estão distribuídas nos hospitais Clériston Andrade (Feira de Santana), Prado Valadares (Jequié), Menandro de Farias (Lauro de Freitas), Geral da Cidade (Vitória da Conquista) e Luís Viana Filho (Ilhéus). Ainda este ano, o Internação Domiciliar será ampliado para Juazeiro, Barreiras e Santo Antônio de Jesus.

Inauguração de clínicas-escola

Além do Programa de Internação Domiciliar, o governador inaugurou as clínicas-escola de fisioterapia e odontologia da Universidade Estadual do Sudoeste Baiano (Uesb), que atenderão, respectivamente, 70 e 200 pessoas por semana. O investimento total é de quase R$ 1,5 milhão.

Outras ações na área da saúde também foram anunciadas para Jequié. Solla informou que o governo intensificará o combate à dengue no município, atingido este ano por um surto da doença. No total, cerca de 800 casos foram notificados, sendo que destes 266 foram confirmados. A Bahia também poderá contar com mais de 400 postos de saúde da família e um aumento de 45% nas ambulâncias do Samu.

Indústria Cidadã

O governador inaugurou também nesta sexta-feira (23) a Indústria Cidadã, que oferecerá curso de corte-costura e artesanato. Segundo a presidente da Associação de Donas de casa da Bahia e responsável pela administração da empresa, Marinelma Macedo, o galpão que abrigará a indústria beneficiará a cidade com mais postos de trabalho. O investimento total foi de R$ 371 mil.

Os produtos fabricados serão comercializados, sendo que 50% da renda será destinada às produtoras e a outra metade para a compra de materiais. Além das aulas e da venda de artesanato e confecção, a Indústria Cidadã, que tem como parceira a Uesb, comercializará produtos da agricultura familiar de Jequié e municípios da região sudoeste, beneficiando cerca de 500 pessoas.

“Queremos que a população regional, não apenas a de Jequié, seja beneficiada com esse projeto, que dará visibilidade aos pequenos empreendimentos”, afirmou Marinelma.

Wagner observou que através da Indústria Cidadã o governo incentiva o surgimento de novas cadeias produtivas nos diversos territórios do estado com a participação direta dos pequenos produtores. “Dessa maneira estaremos criando novos postos de emprego e oportunidade para que as pessoas possam divulgar o seu trabalho”, declarou.

Fábrica, centro de convivência e pólo de T&I

Além da Indústria Cidadã, o governo investiu R$ 2,5 milhões na ampliação da fábrica de calçados Ramarin, resultando na contratação de 800 funcionários.

Houve também a reinauguração do Centro de Convivência Casinha do Sol, que atende crianças de seis meses a quatro anos. O centro foi totalmente restaurado, com colocação de piso, compra de mobiliário e construção de um parque infantil. O espaço, com capacidade para 50 crianças, vai receber filhos de servidores e alunos da Uesb.

Na oportunidade, foi inaugurado ainda o Pólo de Tecnologia e Inovação da Uesb, que faz parte do Programa Cidade Software. O pólo tem como objetivo capacitar 150 jovens estudantes de escolas públicas para atuar no desenvolvimento de software.