O Governo do Estado tem um canal de comunicação e diálogo permanentemente aberto com o Movimento dos Sem Terra (MST). A declaração é do governador Jaques Wagner, que ressaltou, porém, que governo e movimento social são instâncias diferenciadas.

Wagner destacou a relevância do movimento na construção de políticas agrárias para o país. "Convicção e firmeza são características inerentes ao MST, que luta pelos seus ideais com capacidade de negociação e mediação, elementos fundamentais que fizeram o movimento crescer", declarou o governador. Na manhã deste sábado (17), Wagner participou do encerramento do XXI Encontro Estadual do MST-BA, no auditório do Centro de Atenção Integrado à Criança e ao Adolescente (Caic), em Camaçari.

Ênfase na produção Wagner disse ainda que não basta ocupar e resistir, mas que todos os esforços do movimento precisam estar voltados para a produção. Para ele, a reforma agrária é possível e viável. "A crise mundial é financeira e não do trabalho. A riqueza é fruto do trabalho", observando que o Governo da Bahia tem investido sistematicamente na agricultura familiar. "A agricultura familiar do coitadinho já passou, foi-se o tempo da enxada e do ancinho. Eu quero a agricultura familiar do trator, da semente e da tecnologia", disse o governador.

Dentre as ações do Governo do Estado para melhorar a vida dos sem terra estão o apoio ao desenvolvimento da agricultura familiar e reforma agrária, por meio de investimentos na dinamização das cadeias produtivas, assistência técnica, obras e serviços de infra-estrutura nos assentamentos, distribuição de terra e convênios beneficiando produtores rurais da cadeia do mel, sisal e fruticultura. Além de apoio aos programas de alfabetização do MST destinados a jovens e adultos.

Ex-líder do MST na Bahia, o secretário do Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Valmir Assunção, ressaltou apoio do Governo do Estado nas conquistas sociais do movimento.

25 anos de luta

O MST nacional comemora 25 anos de fundação. Na Bahia são 22 anos de luta pela reforma agrária. "É um fato inédito na história do país um movimento camponês de caráter nacional durar mais de duas décadas e com vigor na luta pela reforma agrária", disse o diretor nacional do MST Márcio Matos.

Durante quatro dias, integrantes do movimento de todo estado debateram a crise econômica, as questões agrárias e o papel das classes sociais no mundo. No evento deste sábado (17) também foram empossados os 22 membros da nova direção do MST da Bahia para a gestão de 2009. Música, poesia e uma peça teatral, narrando o cotidiano dos Sem Terra encerraram o encontro.