Início de construção do Parque Tecnológico de Salvador, implantação de novos Centros Digitais de Cidadania (CDCs), que agora levam a informática, a capacitação profissional e a internet banda larga a 408 municípios, apoio aos Arranjos Produtivos Locais (APLs) através do Programa de Fortalecimento da Atividade Empresarial (Progredir), fomento à inovação tecnológica com recursos do Programa Estadual de Incentivo à Inovação Tecnológica (Inovatec) e uma série de atividades de popularização da ciência, consolidada na Semana Nacional de C&T. Estas foram as principais ações da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) em 2008.

Em 2009, a Bahia passa a contar com mais um instrumento que permite a captação de recursos para o setor, com a recente aprovação pela Assembléia Legislativa da Lei de Inovação do Estado da Bahia. Por falta de uma legislação específica, o estado não estava credenciado a receber verbas oficiais, como os recursos da Financiadora de Estudos e Pesquisas (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Agora, a Bahia vai poder aplicar uma verba de R$ 16 milhões depositada pela Finep.

O fomento às atividades de pesquisa e desenvolvimento, bem como à produção e disseminação do conhecimento, vem sendo dado pelo Inovatec. Instituído em 2007 pelo Governo do Estado, o programa já começou a investir parte dos R$ 60 milhões previstos até 2010.

Um dos projetos que têm o apoio do Inovatec é a implantação em Serrinha do Centro de Educação Científica do Semi-árido, que tem o apoio do médico paulista Miguel Nicolelis, coordenador do Laboratório de Neurociências da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, e diretor do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lilly Safra.

Por meio do Inovatec, a Secti vai aportar R$ 1,5 milhão para o projeto, que prevê também a implantação do Instituto de Biotecnologia e Prospecção em Feira de Santana.

Estruturado em pólos de informática com foco no desenvolvimento de softwares, em cidades como Vitória da Conquista, Feira de Santana e Jequié, o setor de tecnologia da informação (TI) vem recebendo incentivos, sobretudo para a capacitação de mão-de-obra. Mais de 20 mil jovens da rede pública de ensino começaram a participar, indo até 2010, de um curso gratuito de capacitação de TI. Serão 300 horas de aulas de programação e os alunos que se destacarem serão contratados por empresas baianas de tecnologia da informação. A primeira turma já está formada.

Uma parceria com a Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet (Assespro) e a Associação Brasileira das Empresas de Software e Serviços para Exportação (Brasscom) vai facilitar o contato dos jovens com as empresas, que aproveitam a oportunidade para encontrar novos talentos em programação.

O programa é uma ação das secretarias de Ciência, Tecnologia e Inovação; Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre); da Educação (SEC) e da Assessoria de Gestão Estratégica de TIC (Agetic) da Casa Civil, em parceria com a Brasscom, a Assespro e o Instituto Brasil para Convergência Digital (IBCD).

A popularização da ciência foi outra preocupação permanente da Secti. Seu ponto alto foi a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia na Bahia, quando mais de 16 mil pessoas, entre estudantes de 84 escolas estaduais e 20 municipais, além de outros visitantes, passaram pelo Colégio Central e pelo Jardim Zoológico de Salvador, em outubro.

Com o tema Evolução & Diversidade, em homenagem aos 150 anos da teoria da evolução pela seleção natural dos cientistas Charles Darwin e Alfredo Wallace, a Semana Nacional de C&T promoveu eventos também em Feira de Santana, Ilhéus, Itabuna, Vitória da Conquista e Jequié.

Sonho de desenvolvimento vira realidade

Antigo sonho da sociedade baiana, principalmente dos setores de desenvolvimento, tecnologia e inovação, o Parque Tecnológico de Salvador começou a ser implantado na Avenida Paralela. O começo das obras de infra-estrutura do parque foi, sem dúvida, a ação mais emblemática da Secti este ano, pelas possibilidades que o empreendimento abrirá para a ciência, a educação, a inovação tecnológica e o desenvolvimento sustentável da Bahia.

Com o parque, o estado se prepara para dar um importante salto científico, tecnológico e industrial e ingressar no rol das regiões desenvolvidas que já contam com esse tipo de empreendimento.

O projeto do Parque Tecnológico começou a sair do papel e virar realidade no começo de junho, quando o governador Jaques Wagner, acompanhado do secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Ildes Ferreira, assinou a ordem de serviço para o início das obras, no valor de R$ 40 milhões.

A previsão é de que a primeira etapa das obras de infra-estrutura esteja concluída em maio deste ano. Já as edificações devem começar a ser erguidas também este ano. Todo o projeto foi discutido com as comunidades vizinhas, em reuniões no Conjunto Vila Verde, na Estrada Velha do Aeroporto, no Bairro da Paz e em Mussurunga.

Nesta primeira etapa das obras, contratadas depois de uma licitação em torno de R$ 8 milhões e previstas para serem concluídas em dez meses, serão construídos o sistema viário e as redes de água, esgoto, energia elétrica e telecomunicações.

O próximo passo deve acontecer dentro de quatro a cinco meses, com as obras de edificações, como a construção do Tecnocentro, do Museu de C&T e do virtuarium, um projetor de conteúdos digitais de alta definição em 360°. Para isso, será feita uma nova licitação, desta vez no valor de R$ 32 milhões, a serem investidos no complexo, e mais R$ 17 milhões que serão aplicados na aquisição dos equipamentos.

Com o cuidado de preservar o meio ambiente – todo remanescente da Mata Atlântica em seu entorno –, o parque abrigará um consórcio de pesquisas universitárias, incubadoras e empresas de base tecnológica. Será também um centro de convergência do sistema estadual de inovação na Bahia, nas esferas pública, acadêmica e empresarial.

Ele está sendo concebido em três eixos ou vias: da inovação (como instrumento de atração de empresas), da tecnologia (esfera institucional de suporte à interação entre universidades e empresas) e da ciência (estratégia de fortalecimento da produção científica local).

Programa de inclusão sociodigital amplia rede de CDCs

Tairone dos Santos tem 13 anos e mora no distrito de Santa Rita, a 12 quilômetros de Valente. Também adolescente, Muller Sampaio mora em Conceição do Coité, outro município da região sisaleira da Bahia. Bem mais longe, em Bom Jesus da Lapa, na região do São Francisco, Viviane Ferreira Alves, 15 anos, acalenta os mesmos sonhos e fantasias da adolescência.

Em comum, além da faixa etária, os três passaram a conviver diariamente com o computador, a informática e a internet banda larga, graças ao programa Ciadania Digital, de inclusão sociodigital do governo da Bahia.

Sem nenhum tipo de distinção a credo ou raça, o Cidadania Digital já instalou Centros Digitais de Cidadania (CDCs) em aldeias indígenas, assentamentos rurais, comunidades quilombolas, templos católicos, evangélicos e de candomblé, dentre outras instituições.

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação entregou em 2008 um total de 688 CDCs em 408 municípios baianos. Em pleno mês de São Cosme e São Damião, um caruru oferecido ao ibejis, os santos gêmeos do candomblé, marcou a inauguração de um CDC no Terreiro Oia Deji, da nação Ketu, em Paripe, no subúrbio ferroviário de Salvador.