Desde que o Rei Momo passou a ser coroado fora do circuito da folia, o Carnaval da quinta-feira, no Campo Grande, tem outro rei: o samba. Dezenas de agremiações desfilam na passarela oficial do Carnaval, trazendo o mais popular dos ritmos musicais brasileiros. Sejam puxados por famosos do cenário nacional, como o grupo Revelação, ou por tradicionais sambistas baianos, como Gal do Beco, Nelson Rufino e Edil Pacheco, os blocos de samba fazem a festa no primeiro dia de Carnaval, atraindo a cada ano mais foliões.

Entre os blocos de samba, destacam-se o Alerta Geral, Amor e Paixão, Pagode Total e Proibido Proibir. Todos integram o Carnaval Ouro Negro, Programa de Fomento criado pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, para apoiar as entidades carnavalescas de matriz africana.

Na sexta-feira, 20, a folia do samba prossegue no Campo Grande com outras entidades do Carnaval Ouro Negro, como o bloco Alvorada, o mais antigo do segmento que completa 30 anos de fundação, o Reduto do Samba e Filhos de Marujo, além do Saudade é Folia e o Milenar, que apostam no samba carioca, trazendo como atrações, respectivamente, o grupo Fundo de Quintal e o astro Belo.

Carnaval Pipoca

O samba também é destaque no Carnaval Pipoca, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado para os foliões que preferem a liberdade das ruas. Um trio sem cordas desfilará sexta, sábado e segunda, animado por artistas baianos que se dedicam à valorização e difusão do samba, desde o mais tradicional samba de roda a inovações rítmicas.

Nos trios do Carnaval Pipoca da Secult terá espaço para o choro, o samba do Recôncavo, o talento da nova geração, um tributo à cantora Carmem Miranda e uma homenagem ao músico Cacau do Pandeiro, conduzido pela Velha Guarda do samba baiano.

Para abrir a programação, na sexta-feira, às 22h30, um trio desfilará no circuito Dodô (Barra-Ondina), reunindo Roberto Mendes, Mariene de Castro e Raimundo Sodré. Os três artistas, fortemente influenciados pela cultura do Recôncavo, desfilarão clássicos sambas compostos por nomes como Roque Ferreira, Riachão, Ederaldo Gentil, Valmir Lima, Nelson Rufino e Dona Edith do Prato, falecida recentemente.

O trio repete a folia no sábado, às 17h, no circuito Osmar (Campo Grande). As apresentações do trio contarão com representantes da cultura do Recôncavo, como grupos de samba de roda, chula e outras manifestações artísticas.

Nova geração

No domingo, ao meio dia, o Campo Grande receberá o trio Três na Folia, com as cantoras Manuela Rodrigues, Claudia Cunha e Sandra Simões, do coletivo Circo dá Samba, projeto do Circo Picolino. As artistas apresentarão um repertório baseado nas vozes femininas da MPB, com uma homenagem especial a Carmem Miranda, que completaria cem anos em 2009.

Na segunda, às 15h30, na Barra, a Velha Guarda pedirá passagem, através de artistas como Edil Pacheco, Nelson Rufino, Edson 7 Cordas e Valmir Lima e o músico Cacau do Pandeiro, que será homenageado pelo trio. Integrante do grupo Os Ingênuos, formado em 1973, um dos mais antigos representante do Choro no Brasil, Cacau completou 80 anos de vida e mais de meio século dedicado à música. A direção artística deste trio será de Paquito, produtor de discos célebres como o de Batatinha e o de Riachão.

Pelourinho

O virtuoso músico Cacau do Pandeiro também é destaque na programação do Carnaval do Pelourinho, que terá um espaço exclusivo para o samba, onde os foliões poderão apreciar o gênero todos os dias. É a Praça Quincas Berro D´Água, que durante o Carnaval será rebatizada de Praça do Samba e receberá sambistas sempre a partir das 21h30, entre eles: Cacau do Pandeiro e Compadre Washington (dia 20, sábado), Neto Bala (21), Firmino de Itapoan (22) e uma homenagem a Batatinha, com o show A Hora da Razão, que reunirá J. Velloso, Stela Maris e Jorge Batata, segunda-feira, dia 23.