As vendas do comércio varejista da Bahia tiveram expansão de 3,9% em dezembro de 2008, em relação ao mesmo mês de 2007, acumulando variação positiva de 7,8% no ano. Essa taxa confirmou as expectativas de analistas de mercado e representantes do setor de que, apesar de ainda sustentar resultados positivos, o comércio baiano encerraria 2008 com crescimento inferior ao de 2007, que foi de 10%.

Na comparação entre dezembro e novembro, o indicador registra variação negativa (-2,3%). Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE, e foram analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.

“Os efeitos da crise financeira internacional foram sentidos nos diversos segmentos de atividade econômica no final de 2008. Contudo, o comércio varejista ainda sustentou expansão satisfatória diante da atual conjuntura”, diz o diretor geral da SEI, José Geraldo Reis.

Foram impactados apenas segmentos de bens duráveis. As instituições financeiras se tornaram mais seletivas na concessão de financiamentos, o crédito ficou mais caro e os prazos de parcelamento das vendas foram reduzidos, fatores que inibiram o desempenho dos ramos de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação e de Móveis e eletrodomésticos. As vendas dos bens duráveis são financiadas em aproximadamente 75% dos casos.

A avaliação da SEI é de que o apelo comercial característico do mês de dezembro, o mais importante do calendário lojista, colaborou para sustentar o crescimento do setor, mas não no mesmo ritmo dos anos anteriores. Presume-se que parte do décimo terceiro salário dos consumidores se destinou ao pagamento de dívidas e as compras do Natal se concentraram em produtos de menor valor.

A equipe da SEI ressalta que o resultado já era esperado devido à alta base comparativa, com crescimento acumulado de aproximadamente 40% nos últimos quatro anos. Em 2007, o incremento foi de 10,0%.

Segmentos

Em dezembro, dos oito ramos de atividades que compõem o indicador da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), três apresentaram variações negativas: Equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação (-27,1%), Tecidos, vestuário e calçados (-8,6%) e Móveis e eletrodomésticos (-1,7%).

As maiores expansões foram dos segmentos que não são influenciados pelo crédito e pelos juros, como Livros, jornais, revistas e papelaria (23,6%), que acumulou no ano crescimento também de 23,6%.

Outros artigos de uso pessoal e doméstico teve o segundo melhor desempenho no mês (18,5%) e, nos meses de janeiro a dezembro, acumulou 25,1%, taxa mais expressiva dentre os oito ramos de atividades no período.

Combustíveis e lubrificantes (9,3% no mês), acumulou 11,3% em 2008. Em seguida, teve bom desempenho Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,2% no mês) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (6,3%), enquanto que no subgrupo de Hipermercados e supermercados a variação foi de 4,2%, a terceira taxa de expansão consecutiva.

Nos segmentos que não integram a taxa geral do varejo, Veículos, motocicletas, partes e peças cresceram 5,8% e Material de construção caiu 0,6%.