A revitalização das festas populares da Bahia foi defendida, nesta segunda-feira, pelo secretário de Turismo, Domingos Leonelli, e pela presidente da Bahiatursa, Emília Salvador Silva. Eles estiveram no Rio Vermelho, na manhã desta segunda-feira (2), e levaram flores para Iemanjá.

Na opinião do secretário, a festa é uma das mais simbólicas e comoventes manifestações populares da Bahia e deve ser preservada. Já Emília defendeu a revitalização das festas populares, que, segundo ela, representam as raízes, a cultura e a história do povo baiano. “Tivemos época em que as festas populares possuíam um grande apelo para a atração de turistas e queremos que isso volte a ser uma ferramenta para a chegada de visitantes ao nosso Estado”.

Sem se importar com a chuva fina que caiu em Salvador, no início da manhã, muitos fiéis chegaram cedo ao bairro mais boêmio da cidade e já formavam fila para a entrega dos presentes à “Rainha das Águas”. Anônimos e famosos, baianos e turistas, muitos deles estavam vestidos de branco para reverenciar uma das principais manifestações populares da Bahia.

Durante a festa, os baianos e turistas que foram ao Rio Vermelho receberam enfeites de cabelo, chapéus e abanadores de equipes do receptivo da Secretaria Estadual do Turismo e Bahiatursa.

O casal Railda e José Carlos Santana veio de São Paulo para passar as férias e fez questão de acompanhar as homenagens à “Rainha do Mar”. “A festa tem um significado muito grande, pois foi aqui que nos conhecemos. Já é a segunda vez que visitamos a Bahia nesse período”, disse Railda.

Ritual de Fé

Além de turistas e curiosos, a festa do Rio Vermelho é marcada pela demonstração de fé dos católicos e dos adeptos das religiões de matriz africana. O babalorixá Silvio Martins Soares participa do evento há quatro anos e afirmou que o ritual de deixar as oferendas no mar representa eliminar os maus fluidos e renovar as energias. “Os pedidos são vários das pessoas que vêm aqui, como sucesso, saúde, proteção e trabalho”.

Também participaram dos festejos, grupos de capoeira, charangas e filarmônicas. E foi exatamente nesse público, incluindo fiéis e turistas, que centenas de vendedores ambulantes direcionavam a venda de lanches, bebidas, acarajés e até mesmo pacotes para oferendas.

Fernanda dos Santos chegou cedo e já comemorava a comercialização de 20 sanduíches em menos de duas horas. “Trouxe 50 pãezinhos e espero sair daqui com o estoque vazio”, disse.