Definir como regra para licitação só adquirir café com qualidade mínima determinada e adotá-lo com qualidade superior na merenda escolar. Estas foram duas das alternativas discutidas durante o 10º Simpósio Nacional do Agronegócio Café – Agrocafé, encerrado nesta quarta-feira (11), no Gran Hotel Stella Maris, para conscientizar o consumidor e aumentar o consumo do café de qualidade superior.

Tomando como exemplo o que já acontece nos estados de São Paulo e Minas Gerais, o secretário da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia, Roberto Muniz, propôs, durante o Fórum de Secretários de Agricultura realizado no Agrocafé, que a iniciativa fosse abraçada pelos demais estados. A ideia foi aceita e os secretários assumiram o compromisso de defendê-la junto aos seus governos.

O prefeito do município de Luís Eduardo Magalhães, Humberto Santa Cruz, disse que também os municípios poderiam adotar o mesmo critério em suas licitações, e declarou que vai inserir o café de qualidade na merenda escolar do seu município.

Capacitação

A Seagri e a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) assinaram, durante o simpósio, um termo de cooperação para capacitação e treinamento das pessoas que fazem e servem café nos hotéis, bares e restaurantes no estado da Bahia, e de educação ao consumidor de café, com o objetivo de estimular a agregação de valor em toda cadeia produtiva do café.

“Vamos elaborar uma agenda conjunta para ações, a médio e longo prazos, visando ampliar o consumo de café de qualidade superior, com maior valor agregado”, explicou Muniz. De acordo com o diretor executivo da Abic, Natan Herszkowicz, “o fundamento é que o café produzido com grão de qualidade vai remunerar de maneira mais justa o produtor. É a chave para melhorar a renda na cadeia produtiva do café”.

Herszkowicz disse que há uma pirâmide de consumo do café, onde a base é o produto de preço menor. “Depois tem o café tradicional, o superior e o goumert, porém, o mais consumido é o tradicional. Os outros estão crescendo, mas hoje representam apenas 8 a 10% do consumo”, explicou.

Ele prevê que, num prazo de cinco anos, com a agenda conjunta, o consumo de café superior alcance o percentual de 30%, o que representaria o acréscimo de produção de seis milhões de sacas de café por ano.

As estratégias para conscientizar o consumidor e aumentar o consumo de café serão ainda definidas, mas algumas medidas já foram elencadas. Uma das ações seria sensibilizar a rede hoteleira, por intermédio da Embratur, a oferecer aos clientes café de qualidade superior.

Além disso, a Abic e a Seagri vão iniciar um programa de educação do consumidor, viabilizando informações sobre o café superior, como estratégia para ampliar o consumo deste tipo de café.