As exportações baianas fecharam o mês de fevereiro com um total de US$ 450,1 milhões, superando em 14,8% as vendas de janeiro. As importações, com um total de US$ 215,2 milhões, em fevereiro, superaram em 0,8% o mês anterior. O saldo da balança comercial, no mês, ficou em US$ 235 milhões. Outro sinal positivo das vendas externas em fevereiro foi o crescimento em 20,1% das quantidades embarcadas, especialmente para a União Européia, principal mercado de exportação para produtos baianos, e países emergentes como Índia, Venezuela e Indonésia.

Principal produto exportado pelo estado, a celulose liderou as vendas em fevereiro, com US$ 145,2 milhões e crescimento de 14,9%. O setor respondeu por quase um terço das exportações baianas no mês, e no ano, mesmo com a crise, já cresceu aproximadamente 23%.

Outras três commodities agrícolas também contribuíram para a recuperação de fevereiro: a soja, com crescimento de 174% e resultado de US$ 25,4 milhões; o algodão com US$ 19,3 milhões exportados, um aumento de 157%, e os derivados de cacau, com US$ 18,4 milhões vendidos e alta de 18,4% nas exportações, todos em relação ao mesmo período de 2008.

Efeitos da crise mundial

Apesar desta recuperação em relação ao mês anterior, o comércio exterior baiano ainda registra forte desaceleração. Segundo o Centro Internacional de Negócios da Bahia (Promo), apesar de crescerem em relação a janeiro, as exportações tiveram queda de 19,5% em relação ao mesmo período de 2008. O mesmo quadro foi registrado nas importações, com uma queda de 67%, comparado ao mesmo mês de 2008.

Os efeitos da crise econômica internacional também podem ser verificados nos números do ano da balança comercial. Dados levantados pelo Promo mostram que as exportações baianas somaram US$ 842,2 milhões nos dois primeiros meses de 2009, valor 34,9% menor que o desempenho no primeiro bimestre de 2008. Considerando o mesmo período, houve queda ainda maior nas importações que somaram US$ 428,7 milhões, uma regressão de 63,3%.

O saldo comercial de janeiro-fevereiro foi de US$ 413,5 milhões. Segundo a Gerência de Estudos e Informações do Promo, o resultado está 230% acima do registrado neste período do ano passado, haja vista a forte retração das importações, que, no primeiro bimestre de 2008, explodiam com a desvalorização do dólar. Os EUA, principal mercado individualmente, reduziram em 60,4% as compras de produtos da Bahia no bimestre.

Os preços dos produtos da pauta de exportação se mantiveram estáveis em relação a janeiro deste ano, oscilando para menos em apenas 0,36%. Já a queda em relação a fevereiro de 2008 é de 33%.

Segundo o Superintendente do Centro Internacional de Negócios da Bahia, Ricardo Saback, os efeitos da crise no comércio exterior começaram no fim do ano passado, mas agora serão percebidos mais claramente. “Esse período, sazonalmente, costuma ser ruim para as exportações e, neste primeiro trimestre, muitos países estão gastando seus estoques enquanto avaliam a economia mundial, o que reduz ainda mais o fluxo comercial”, explica Saback.

No acumulado do ano, com exceção de celulose, soja e algodão, todos os setores sentiram os sintomas da crise, registrando queda nas exportações, principalmente móveis (-77%), petróleo e derivados (-74%), fumo (-62%), minerais não metálicos (-65%), automóveis (-59%), metalúrgicos (-56%) e petroquímicos (-51%).

Nas importações a maior queda foi no setor de combustíveis e lubrificantes. Cobre automóveis e bens de consumo também sofreram forte redução, este último devido à desvalorização do real.