Publicada em 09/03/2009 – 19:15
Atualizada em 10/03/2009 – 11:35

Com conclusão prevista para agosto deste ano, as obras de ampliação do abastecimento de água em Uauá, município da região Nordeste do estado, começam a mostrar resultados significativos para a população. Visando ampliar o volume de água tratada em Uauá, a Embasa, por intermédio do programa “Água para Todos”, está duplicando um trecho de 47 km da adutora que abastece a região, com previsão para beneficiar mais de 18 mil habitantes.

A tubulação vai seguir no sentido Uauá-Pilar, interligando-se a cada 8 km na antiga adutora, aumentando a pressão na vazão da água até chegar com mais força e, por consequência, maior quantidade no seu destino final. Estão sendo investidos R$ 4 milhões dentro do “Água para Todos”.

Várias localidades no entorno da obra vão ser beneficiadas após sua conclusão, como Uricuri, Caldeirão da Serra, Serra da Cana Brava, Caldeirãozinho, Tocos e Pedra Grande. O sistema de abastecimento de Uauá também está sendo regularizado com a ligação dos ramais das casas junto à rede da Embasa, e com a instalação de hidrômetros e relógios, uma vez que a própria população colocava os ramais puxando a água de casa em casa, fazendo o conhecido “gato”.

Estação de tratamento desativada

Uauá padece de extrema aridez nos seus mananciais e atualmente é a per capita mais baixa em água da Bahia, com 65 litros por habitante/dia. A única estação de tratamento da cidade está desativada devido à seca do rio que a abastece, o Vaza Barris; nos poços, a água turva e salinizada é imprópria para o consumo.

Vez por outra, os habitantes contam com a ajuda de caminhão-pipa. Segundo o fiscal da obra, José Nunes Conceição, a antiga adutora, que vem de Pilar, há 17 anos não consegue levar a medida de água necessária para o provimento de Uauá pois, durante o trajeto, o volume desta, impulsionado por uma moto bomba no início da tubulação, vai perdendo força, chegando com pouca quantidade ao final do trajeto. Por isso, determinadas áreas da região passam até mais de 15 dias sem água.

A agente comercial Elicleide Oliveira de Souza relata que a água chegava a faltar em sua casa por dez dias consecutivos, mas que hoje, essa quantidade caiu para três dias. O pároco local, padre Carlos, que mora no centro da cidade, já sente melhorias com o andamento da duplicação da adutora. Segundo ele, se antes a água não caía durante uma semana, agora a insuficiência foi reduzida para quatro dias, o que já é uma evolução, considerando as condições de seca no lugar.

Cuidados técnicos

Com 18 km operados e fornecendo 14 litros por segundo de água no momento (aumento de 3 litros por segundo após início da obra, beneficiando 1.500 pessoas a mais), a tubulação possui diâmetro de 150 cm, em parte construída de ferro fundido, onde ocorre maior pressão e, no restante, feita em PVC.

Durante o assentamento, os tubos são “envelopados”, isto é, o solo é forrado com 10 cm de areia, mais 15 cm ao longo de cada sessão de tubo e 20 cm acima dele, um cuidado especial para que a tubulação fique presa ao chão e não quebre devido às irregularidades do terreno e aos riachos que, em época de chuva, percorrem na transversal desses tubos.