Publicada às 12h20

Atualizada às 20h50

Implantado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) em outubro de 2008, o programa de Internação Domiciliar, já atendeu 268 pacientes em todo o estado, até março deste ano.

Pioneiro no país, o programa é destinado ao paciente cujo quadro clínico exija cuidados e tecnologias acima dos oferecidos pela modalidade ambulatorial, mas que possam ser mantidos em casa, com acompanhamento regular de uma equipe médica. Na maioria dos casos os pacientes são idosos com diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Além de reduzir taxas de reinternações, o programa, que é oferecido nos municípios de Salvador, Feira de Santana, Lauro de Freitas, Ilhéus, Jequié e Vitória da Conquista, minimiza riscos de infecção hospitalar e também humaniza o atendimento realizado por equipe interdisciplinar na residência.

Expansão

Em termos de ocupação hospitalar, o programa também favorece a rotatividade dos leitos, aumentando a oferta para a população. A meta para 2009 é expandir o atendimento para as cidades de Alagoinhas, Barreiras, Camaçari, Juazeiro e Santo Antônio de Jesus.

O prazo estipulado para o atendimento em casa é de um mês, podendo ser estendido, se necessário. Para fazer parte do programa é preciso que o paciente esteja internado no hospital. A partir da avaliação do seu médico, é feita uma solicitação, que é analisada pelo responsável pelo programa.

Feito isto, a assistente social averigua se o ambiente é propício para internação e se o cuidador está apto para acompanhar o processo, caso seja aprovado, o cuidador recebe um treinamento específico. Toda semana, o paciente recebe a visita da equipe médica.

Iniciativa reduz incidência de infecção hospitalar

Em Ilhéus, atualmente, o programa atende a 60 pacientes. Segundo a fisioterapeuta Mirna Marques da Fonseca, do Hospital Geral Luiz Viana Filho (HGLVF), o programa favorece tanto ao hospital quanto ao paciente, pois reduz o tempo de internação, o que diminui a probabilidade de infecção hospitalar e ainda possibilita que o enfermo volte para sua casa com uma estrutura oferecida pelo hospital: fornecimento de medicação, alimentação especial, atendimento médico e fisioterápico, tudo em seu domicílio, sem custos adicionais.

De acordo com enfermeira Zelma Lopes Pereira, líder da equipe de Atendimento Domiciliar no município, o grupo é formado por três médicos, dois enfermeiros, quatro técnicos de enfermagem, um fisioterapeuta, um nutricionista, um assistente social, um líder e dois motoristas.

A equipe possui dois veículos para os atendimentos durante a semana, e conta com o apoio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) nos finais de semana.

Carinho em casa

Ilda Machado Neves tem 90 anos e, após sofrer um AVC e ficar internada no Hospital Luiz Viana Filho, foi transferida para casa, onde Natália Santos cuida dela. Na concepção da cuidadora o serviço é de grande valia, e acha que a idosa já teve melhoras consideráveis.

Natália aprendeu a fazer massagens, faz a posologia (dosagem) da medição prescrita, além de auxiliar no banho e com a alimentação. Além disso, considera muito importante que a paciente esteja em casa, pois, assim, ela recebe mais carinho e atenção.

Fábio Silva dos Santos, filho de Oswaldo Bispo Santos (69 anos), que também é atendido pelo programa, elogia o trabalho feito pelas equipes médicas. Para ele, seu pai é bem assistido em termos de alimentação e remédios. Acha mais prático que ele seja atendido em casa, já que mora em um local de difícil acesso, o que tornaria mais complicado para locomovê-lo ao hospital para as consultas de rotina, já que ele não pode andar em consequência de um AVC.

Já o paciente José Matias, 80 anos, demonstra grande satisfação com o tratamento em domicílio. Segundo ele, estar em casa é mais confortável, pois tem atenção e carinho de seus familiares. Ele também sofreu um AVC e, após ficar internado no HGLVF foi incluído no programa de Internação Domiciliar.