A adesão dos servidores públicos é mais um reforço nas ações do Estado para o combate à dengue na Bahia. Um exemplo desta força foi o faxinaço na Rua São José de Baixo, região do Centro Antigo de Salvador, liderado pelo funcionário do IPAC-Secult Magno Neto, que faz parte do Grupo de Mobilização do Servidor Público na Prevenção Controle e Combate à Dengue. A idéia do grupo é que os servidores públicos deem o exemplo nos locais onde trabalham e estimulem um enfrentamento mais combativo do mosquito aedes aegypti.

Durante o faxinaço, que ocorreu na manhã desta sexta-feira (27), em uma casa antiga com um grande terreno cheio de mato, foram encontrados focos do mosquito que transmite a doença entre muitos pneus e plásticos.

Participar do grupo estimulou o gestor do Forte de Santo Antônio do Carmo, Magno Neto, a ampliar os trabalhos e envolver a comunidade. “O que tínhamos que fazer no Forte não exigia muito, por isso buscamos estender nossos esforços para a comunidade com quem temos uma boa relação. Junto com a associação de moradores, promovemos panfletagem, colocamos carro de som para alertar sobre os riscos e formas de combate à doença e estabelecemos uma lista de propriedades, com possíveis focos, a serem vistoriadas” explica.

Os moradores da casa que recebeu o faxinaço, Maricelma Santana e sua família, nunca tinham impedido a visita de agentes, mas precisavam de um reforço para dar conta de todo o mato. “Depois da campanha e com maior consciência, muitas pessoas que antes não permitiam nossa entrada, agora nos convidam” comemora Orlando Souza, agente de endemias.

O grupo

Coordenado pela Secretária de Saúde do Estado, a Fundação Luis Eduardo Magalhães e as Voluntárias Sociais da Bahia, o Grupo de Mobilização é composto por representantes de quase todas as áreas da administração estadual e municipal e faz parte do Plano de Articulação de Combate a Doença.

Para a coordenadora do grupo de mobilização, Maria Cristina Carvalho Motta, a iniciativa é importante. “O Ministério da Saúde, o Estado e a prefeitura entendem que só vai haver o combate e prevenção da dengue com posturas como essa”, diz. “A solução passa mesmo por gestos assim, o mínimo que se faz é importante” frisa.

Acionados pelo Grupo e os Comitês Estadual e Municipal de Combate à Dengue, estiveram envolvidos no mutirão o Centro de Controles de Zoonoses, o Corpo de Bombeiros, a Guarda Municipal, a Limpurb, a Embasa e a Associação dos Moradores do Bairro do Santo Antônio Além do Carmo.

Casas abandonadas

Entre as ações do faxinaço, que contou ainda com o acompanhamento da Polícia Militar, seis casas abandonadas (algumas em ruínas) na região foram abertas. A primeira delas registrava como última data de visita de agente de endemia o ano de 1983. Apesar de haver suspeitas de focos de mosquito, em nenhuma delas foram encontrados mosquitos ou larvas.

A decisão, em caráter liminar, de que as casas abandonadas fossem abertas partiu do Juiz Everaldo Amorim da 8ª vara da Fazenda Pública, que referendou o pedido e argumento da Promotora de Justiça, Itana Viana, coordenadora do grupo de atuação especial da saúde, que foi acionada pela Secretaria Municipal de Saúde. As casas foram abertas por um chaveiro – sem que houvesse arrombamento – e depois foram reconstituídas suas fechaduras, quando foram novamente trancadas.